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O Banco Central do Brasil decretou nesta sexta-feira (2) a liquidação extrajudicial do Banco Rural, instituição financeira que teve seu nome envolvido no mensalão. Com a liquidação, o Banco Rural deixa de funcionar operacionalmente, os funcionários são dispensados, os bens dos donos e gestores ficam indisponíveis.

Essa é a a segunda intervenção da autoridade monetária em instituições financeiras do país em menos de dois meses. O BC nomeou Osmar Brasil de Almeida como liquidante do grupo.

O liquidante é nomeado pelo Banco Central, que passa a se ocupar em vender a massa liquidada e ressarcir os credores.Os investidores e clientes do bancos serão ressarcidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) até o limite de R$ 250 mil para pessoa física e de R$ 20 milhões para os que compraram títulos com direito de cobertura especial conhecida como DPGE.

Segundo nota do Banco Central, o motivo da liquidação é o "comprometimento da sua situação econômico-financeira" e da "falta de um plano viável" para a recuperação da situação do banco. Além do banco, também são afetados as demais empresas do conglomerado Rural: o Banco Rural de Investimentos, o Banco Rural Mais, o Banco Simples e a Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.

Em março de 2013, o Conglomerado Financeiro Rural detinha apenas 0,07% dos ativos e 0,13% dos depósitos do sistema financeiro, segundo o BC. "O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro. O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes, observadas as disposições legais aplicáveis", informou o BC, em nota.

A decisão do BC atinge as demais empresas do conglomerado: o Banco Rural de Investimentos; o Banco Rural Mais; o Banco Simples e a Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.

Mensalão

O Banco Rural foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, em 2006, como "núcleo financeiro" do chamado "mensalão", esquema de desvio de recursos públicos para compra de apoio parlamentar durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Três executivos do banco foram condenados, no ano passado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.

BC

"O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro", afirmou o BC. "O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes".

A autoridade monetária afirmou ainda que os bens dos controladores e de ex-administradores da instituição ficam indisponíveis. Segundo o BC, em março, o grupo detinha apenas 0,07% dos ativos e 0,13% dos depósitos do sistema financeiro.

Em 19 de junho, o BC decretou a liquidação extrajudicial do Banco BVA, que estava sob intervenção desde outubro de 2012. Em setembro de 2012, o BC liquidou os bancos Cruzeiro do Sul e Prosper.

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