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O líder da associação bancária da Alemanha, a BdB, Michael Kemmer, indicou que aceitaria a participação dos bancos privados no reescalonamento da dívida grega, como proposto pelo ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble. Em entrevista no último sábado à rádio Deutschlandfunk, ele disse que essa participação precisaria ser de maneira voluntária, para que as agências de avaliação de risco não vejam a iniciativa como um não pagamento da dívida (default) e os mercados financeiros não sejam tomados por nervosismo.

A BdB representa bancos comerciais como o Deutsche Bank e o Commerzbank. A entidade já havia expressado anteriormente simpatia pela proposta do ministro alemão. "O que Schaeuble propôs, em princípio, não é irracional, a nossa instituição poderia também participar", afirmou Kemmer. Mas ele salientou que a proposta precisa se tornar mais concreta. "Há detalhes importantes sem esclarecimentos."

No início do mês, Schaeuble disse que a Europa está "diante do risco real do primeiro estado de insolvência dentro da zona do euro", se a Grécia não receber mais apoio. A advertência foi feita em uma carta ao presidente do Banco Central Europeu (BCE), Jean-Claude Trichet, e aos ministros das Finanças da zona do euro, de acordo com o jornal alemão Die Welt. Schaeuble propôs que além do pacote de ajuda, os credores privados aceitassem um swap (troca) dos bônus que resultaria em uma extensão dos bônus gregos em sete anos.

Kemmer afirmou que o prolongamento dos vencimentos da dívida não seria necessariamente um não pagamento (default) desordenado de crédito. Mas a questão que precisa ser respondida é se as agências de avaliação de risco considerariam o procedimento um "evento de crédito". "Se esse for o caso, provocaria uma reação em cadeia", disse Kemmer. "Precisamos ser muito cautelosos para que isso não ocorra", disse.

No caso de um evento de crédito, lembrou o ministro, haveria riscos de contágio significativos região que reúne os 17 países que utilizam o euro como moeda. De acordo com dados do Bundesbank, os bancos alemães detêm 18 bilhões de euros em dívida grega.

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