Os bancos brasileiros preveem que a demanda por crédito deve crescer 8,3% neste ano de acordo com a Pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, divulgada na manhã desta sexta (24) pela Federação Nacional de Bancos (Febraban). A projeção é mais otimista do que a realizada em dezembro de 2022, quando a entidade previa uma expansão de 7,7%. (veja na íntegra)
A pesquisa, realizada logo após a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, captou uma melhora na estimativa de expansão do crédito direcionado tanto para a pessoa física (9,2%) como para jurídica (7,1%). Um dos motivos apontados pelos bancos é a possibilidade de uma maior atuação dos bancos públicos.
“Outra possibilidade, que não é contraditória com a explicação anterior, é que a elevação dos juros no mercado livre e um desempenho mais fraco do mercado de capitais podem aumentar a demanda por recursos no segmento direcionado de pessoa jurídica”, diz Rubens Sardenberg, diretor de Economia, Regulação Prudencial e Riscos da Febraban.
Por outro lado, houve uma redução na projeção para o crédito livre, de 8,6% para 8,2% em 2023. A revisão foi mais relevante na carteira pessoa física, com uma redução da alta de 10,1% para 8,7%. “Há uma expectativa de desaceleração econômica devido à inflação elevada, juros altos e um cenário externo mais desfavorável, ainda com muitas incertezas”, completa Sardenberg.
Pela primeira vez, a pesquisa coletou projeções para o crédito também para o ano seguinte. A média das projeções para a expansão da carteira total em 2024 ficou em 7,4%, o que aponta para a continuidade do movimento de acomodação do crescimento do crédito.
Selic e câmbio não devem sofrer muitas alterações
A pesquisa divulgada pela Febraban também avaliou a expectativa dos bancos sobre juros, moeda estrangeira, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), entre outros dados. Veja abaixo o que preveem para este ano:
- Selic: a taxa básica de juros deve se manter a 13,75% ao ano pelo menos até setembro. Na projeção anterior, a queda deveria ocorrer já a partir de junho.
- Câmbio: a expectativa é de que o dólar se mantenha cotado próximo de R$ 5,30 até o final do terceiro trimestre.
- PIB: a previsão é de que a atividade econômica vai crescer entre 0,5% e 1,0% em 2023.
- Inadimplência: os bancos melhoraram a expectativa, com uma projeção de 4,4% ante 4,7% na pesquisa anterior.
- Mercado americano: os analistas esperam que o Fed (banco central dos Estados Unidos) eleve os juros mais duas vezes (+0,25 ponto percentual em cada sessão), para um intervalo entre 5% e 5,25% ao ano, e depois mantenha a taxa até o fim do ano.
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