Bovespa volta a recuar no fim do dia e fecha em baixa de 3,85%
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) voltou a ter um pregão de forte volatilidade nesta quarta-feira (8). Depois de abrir em baixa de 6% e chegar a registrar valorização em alguns momentos do dia, a tendência negativa se consolidou após um discurso do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, que afirmou ainda ser cedo para buscar "sinais encorajadores" no mercado.
Bancos centrais ao redor do mundo reduziram em conjunto as taxas de juro nesta quarta-feira, na primeira ação política coordenada da história, à medida que os temores de uma recessão profunda ofuscaram as preocupações recentes sobre a inflação.Em uma tentativa para combater a pior crise financeira global desde os anos de 1930, os bancos centrais dos Estados Unidos, da zona do euro, da Grã-Bretanha, da Suíça, do Canadá e da Suécia reduziram suas taxas básicas de juro em 0,5 por cento.
O anúncio inesperado gerou volatilidade nos mercados de ações globais, que já perderam trilhões de dólares ao longo do ano passado. Mas ele não conseguiu ganhar a confiança de qualquer mercado.
O mercado de ações europeu fechou com fortes perdas e as bolsas de valores de Wall Street operaram com forte volatilidade. O índice Dow Jones fechou com queda de 209 pontos, após ter chegado a apresentar alta de mais de 120 pontos.
O setor financeiro europeu também apresentou turbulência com o governo britânico afirmando que está preparado para injetar 50 bilhões de libras (87 bilhões de dólares) nos bancos.
O governo da Islândia adquiriu dois de seus maiores bancos, desistiu de segurar o valor de sua moeda e pediu um empréstimo de emergência para a Rússia.
"A confiança foi perdida e é difícil de recuperar", disse Ian Nakamoto, diretor de pesquisa na MacDougall, MacDougall & MacTier em Toronto.
A redução conjunta incluiu a China pela primeira vez. O Banco do Japão informou que não vê necessidade de reduzir a taxa de juro do país, mas apoiou fortemente a ação coordenada.
Mais cedo, Hong Kong divulgou um corte de juro inesperado, reduzindo sua taxa básica de juro em 1 ponto percentual, indo ao encontro de redução similar na Austrália um dia antes.
"Os bancos centrais no mundo finalmente acordaram para a gravidade da situação atual", disse Charles Diebel, diretor de estratégias para taxas de juros da Nomura International. "Esse é um grande passo para convencer o mundo de que eles estão determinados em relação à estabilização."
Tempestade à frente
O Fundo Monetário Internacional divulgou sua previsão mais pessimista em anos, dizendo que a economia mundial está fadada a um declínio maior com os Estados Unidos e a Europa à beira da recessão ou já inseridos nela.
Os varejistas norte-americanos apresentaram um número decepcionante de vendas em setembro, apenas alguns dias após os EUA terem divulgado uma redução de 159 mil postos de trabalho em setembro, levando a perda acumulada no ano para 760 mil.
Em entrevista à imprensa, o secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, clamou por mais ações coletivas.
"Os governos têm e devem continuar a agir individualmente e em conjunto para aumentar a liquidez no mercado, para fortalecer as instituições financeiras por meio da provisão de capitais... e para proteger as economias de nossos cidadãos", disse.
Ao menos os preços do petróleo caíram após o governo norte-americano ter divulgado um aumento nos estoques.
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