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Economia global

Bancos centrais estimam retração mundial ainda pior

Presidentes dos bancos centrais mais poderosos do planeta desembarcaram ontem na Suíça com números assustadores embaixo do braço. Cálculos preliminares apontam que o PIB do planeta pode ter a pior queda em décadas e que a contração seja de 2% em 2009, um cenário bem mais negativo que as projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) ou da ONU. A América Latina ficaria estagnada e, no máximo, teria uma alta no PIB de 0,5%. A crise seria, portanto, mais profunda e mais abrangente do que se calculava até agora.

A reunião dos maiores bancos centrais do mundo começou ontem para avaliar a situação da economia internacional. A percepção é de que os problemas enfrentados pelo sistema financeiro são mais importantes do que foram avaliados na última reunião dos BCs, em janeiro.

Desde então, os novos números apontaram para a pior retração nas economias dos Estados Unidos, Reino Unido e outros em três décadas.

Durante o encontro, bancos centrais debateram políticas anticíclicas, se governos devem ou não gastar nesse momento, como e a que taxas de juros os pacotes de socorro deveriam ocorrer. O FMI havia indicado que o mundo poderia ter um crescimento de 0,5% em 2009, puxado pelos países emergentes. Já a ONU, na semana passada, admitiu que isso poderia não ocorrer e que os emergentes não conseguiriam segurar a crise. O resultado seria uma contração de 1% no PIB do planeta.

Agora, as projeções trazidas por vários presidentes dos BCs, mesmo que não oficiais, é ainda pior. "A situação é muito grave e esses números (de 2% de queda) podem de fato ocorrer. Todos, inclusive os emergentes, estão sendo afetados. Os números de crescimento mundial de fato podem ser muito baixos se considerarmos que a economia americana caiu em 6%, no Japão a queda foi de 12% e, na Europa, ainda será duramente afetada nos próximos meses", afirmou o vice-governador do BC da Arábia Saudita, Mohamed Al-Jasser.

Falando em condição de anonimato, um presidente de um banco central latino-americano apontou que não está descartado que o PIB mundial sofra uma contração de 2,2%. "A América Latina tem a chance de ficar com um pouco da cabeça fora da água, mas não muito", disse.

Segundo ele, a queda nas atividades dos países ricos deve afetar ainda mais as exportações nos próximos meses dos países emergentes.

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