A taxa usada pelos bancos para converter em reais os gastos em moeda estrangeira no cartão de crédito descola – para cima, é claro – da monitorada pelo Banco Central (BC). Pesquisa realizada pela associação de consumidores Proteste, em parceria com o economista Samy Dana, mostra que o câmbio na fatura pode ser até 5,43% superior ao dólar comercial divulgado pelo BC. A instituição calcula diariamente um valor de acordo com o preço médio do dólar em negócios entre os bancos, mas, como o valor é flutuante, cada banco pode definir uma taxa ao consumidor.

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No caso em que a diferença é mais elástica, alguém que tenha gasto US$ 1 mil no cartão em uma viagem internacional, pagará R$ 2.210 no vencimento se a fatura usar a cotação idêntica à taxa do BC. Mas, pelo câmbio do banco, pagará R$ 2.330 – uma diferença de R$ 120. "Cada banco cobra o que acha que deve, mas a fórmula desse cálculo não é realizada com transparência", afirma o economista Samy Dana.

De acordo com o o BC, não há regulamentação que oriente a conversão, mas os bancos são obrigados a informar, no contrato, as formas de cálculo para as despesas em moeda estrangeira. O risco em fazer uma compra em dólar e desconhecer o valor que efetivamente será pago é agravado porque a conversão ocorre apenas no pagamento da fatura e não no momento do gasto, alerta a Proteste.

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Reivindicação

A entidade pede que o valor da moeda seja o mesmo da data da compra, ou seja, se alguém gastar US$ 500 em compras nas férias com o dólar a R$ 2,22, terá que pagar R$ 40 a mais se a moeda estiver R$ 2,30 na volta, sem levar em conta a diferença do câmbio do banco para o do BC. "Seria importante que a conversão para reais pudesse ser feita no dia da compra, para que a pessoa soubesse exatamente o quanto terá de pagar", afirma a diretora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci.