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Cédulas marcadas

Bancos de SP terão que rever sistema que mancha notas, diz delegado

O delegado Nelson Silveira Guimarães, diretor do Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic), disse nesta segunda-feira (6) que os bancos vão precisar rever o sistema de segurança que mancha notas de dinheiro para evitar furto em caixas eletrônicos em São Paulo. O motivo é que, segundo Guimarães, pela primeira vez a polícia encontrou esse dinheiro com tinta rosa imerso em uma substância para limpá-lo. Dois homens foram presos com o material. Alguns caixas têm um dispositivo que mancha as cédulas, tornando-as inutilizáveis, no momento em que os criminosos violam o caixa.

"Foi uma surpresa. Achávamos que os criminosos iam encontrar alguma forma de neutralizar (esse dispositivo de segurança), mas não que fosse tão rápido. As notas estão praticamente limpas. O pessoal dos bancos vai ter que pensar em outra solução porque essa parece que não está funcionando mais", afirmou o delegado, durante uma entrevista coletiva no Deic. As cédulas que foram encontradas dentro de um filtro d'água vão para a perícia para saber que tipo de substância foi usada.

Segundo Guimarães, a ação desta segunda-feira é continuação da Operação Caixa Preta, que busca desmantelar quadrilhas que atacam caixas eletrônicos na capital e na Grande São Paulo. Até o final da manhã desta segunda-feira, cinco pessoas haviam sido detidas. Com isso, segundo Guimarães, sobe para 31 o número total de presos na operação iniciada na semana passada. Sete são policiais militares presos em ações diferentes, mas não nesta segunda. A polícia suspeita que há cerca de cem pessoas nesse esquema de ataques a caixas.

Guimarães contou que os cinco presos têm passagem pela polícia e todos praticaram furto contra caixas eletrônicos. As ações foram nas zonas Norte, Leste e Oeste. Na casa dos detidos, os policiais do Deic disseram ter encontrado um fuzil, munição, 3 kg de maconha e cocaína, o filtro com as notas de R$ 50 (o valor total não havia sido contado até as 13h), relógios e joias. Entre o material apreendido, há duas pistolas que, segundo o delegado, são banhadas em "metal amarelo" "Não sabemos se é ouro. Eles fazem isso para chamar a atenção", disse o delegado. A Secretaria de Segurança Pública, por sua vez, informou ao G1 por volta das 11h30 que as armas eram banhadas a ouro.

Explosão em Cajamar

Durante a coletiva, o delegado contou que havia mandado contra um dos presos, que foi localizado na Vila Sônia. De lá, foi levado para a Favela São Remo, perto da Cidade Universitária da Universidade de São Paulo (USP), na Zona Oeste. Ali, os policiais encontraram três carros que haviam sido roubados. Entre eles, há um Vectra blindado que pode ter sido usado no ataque que explodiu três caixas eletrônicos em Cajamar, na Grande São Paulo. "Quando houve a explosão do caixa eletrônico em Cajamar, foi filmado lá um Vectra blindado. Possivelmente, esse que foi encontrado agora está envolvido nesse caso", disse Guimarães. A ação criminosa ocorreu em 10 de maio.

Dois presos na operação desta segunda estavam os bairros da Zona Norte Vila Iório e Jardim Carumbé. Os outros dois foram localizados no Jardim Robru, na Zona Leste.

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