Quase um mês após o lançamento do pacote de medidas do governo para beneficiar o setor da construção civil, pouco mudou na vida de quem vai financiar seu imóvel próprio.
Até agora, os bancos que oferecem linhas de financiamento nos moldes das novas regras são o Santander Banespa e o Bradesco, que lançou nesta quarta-feira (11) seu programa com parcelas fixas.
A grande maioria dos bancos não fez nenhuma mudança para se adequar ao novo modelo de cálculo do financiamento, que permite ao comprador do imóvel efetuar o pagamento em parcelas fixas, sabendo desde o começo o quanto vai pagar até o fim do contrato.
Até então, o parcelamento das operações de crédito imobiliário pelo Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) era calculado pela TR - índice que corrige os depósitos de poupança - acrescida de até 12 % ao ano.
Com o pacote imobiliário, se utiliza a chamada ''TR travada'' ou seja, o banco pode usar a TR do dia até o final do contrato.
Começo tímidoO primeiro banco a oferecer a operação exatamente nestes moldes foi o Santander Banespa, que já trabalhava com parcelas fixas desde março do ano passado. Depois das medidas do governo, o que mudou foi que os juros diminuíram: caíram de 16,95% para 14% ao ano, de acordo com o superintendente de crédito imobiliário do banco, José Manoel Alvarez Lopes. Além disso, o prazo máximo para financiamento subiu de dez para vinte anos.
No caso do HSBC, as mudanças se aproximam do modelo sugerido no pacote. Há, no entanto, diferenças. Se pagar em dia, o cliente tem a opção de pagar 12,68% ao ano, sem TR. Em caso de atraso, o cálculo é feito nas bases antigas.
Outra diferença em relação ao modelo proposto pelo governo é que o plano vale para financiamentos acima de R$ 200 mil. ''Para imóveis abaixo deste valor, temos planos que não têm parcelas fixas, mas saem com taxas mais baratas do que 12%'', diz Roberto Sampaio, diretor de Crédito Imobiliário do banco.
Na avaliação do diretor executivo do Secovi, Celso Petrucci, a adequação dos bancos ao novo modelo é questão de tempo. ''É uma tendência irreversível'', diz. Ele acredita que a queda da taxa básica de juros, a Selic, deve motivar o setor a facilitar a vida dos clientes. Acho que a velocidade de adaptação dos bancos vai ser proporcional à queda nos juros, diz.
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