Os bancos brasileiros devem reportar mais um trimestre de lucros minguados com a fraqueza na concessão de financiamentos entre abril e junho. Na segunda, o Bradesco abre a temporada de divulgação de resultados do setor. Santander e Itaú apresentam seus balanços no dia 30.A expectativa é que o crédito cresça perto de 2,5% nos bancos privados, em relação ao trimestre anterior.Os bancos públicos ainda devem ter crescimento alto, apesar de já sentirem desaceleração na demanda por novos empréstimos. No primeiro trimestre, o Banco do Brasil e a Caixa tiveram crescimento anual, respectivamente, de 24% e 43%.

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A boa notícia deve ficar por conta da continuidade na redução da inadimplência, que em março já havia diminuído no Bradesco e no Itaú, implicando em provisões menores para devedores duvidosos.

Nos bancos públicos, porém, a previsão é que a inadimplência fique estável ou até piore devido ao ritmo elevado de concessões. Para o analista Marcelo Torto, da corretora Ativa, Bradesco e Itaú devem apresentar uma performance similar no segundo trimestre, mantendo sua margem de ganho nos empréstimos. Ele prevê, porém, que ambos os bancos mantenham o mesmo nível de provisão para devedores duvidosos devido às incertezas econômicas e a crise do grupo do empresário Eike Batista.

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No caso do Bradesco, afirma Torto, o lucro ajustado (descontando efeitos extraordinários) deve ficar próximo de R$ 3 bilhões.

Diante da perspectiva de atividade econômica mais fraca, a maioria dos bancos deve reduzir suas previsões de crescimento do crédito.

Perdas com Juros

As tesourarias dos bancos privados também devem reportar perdas com títulos prefixados e com contratos de DI devido à aceleração no aumento dos juros pelo Banco Central. Em maio, o BC passou a elevar os juros em 0,5 ponto percentual, colocando em situação difícil as tesourarias que esperavam um aumento de apenas 0,25 ponto, como ocorrera até abril.Eike

Na avaliação da Standard & Poors, a dívida do grupo EBX, do empresário Eike Batista, não deve fazer estrago nos balanços dos bancos.

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A agência afirma que tanto Bradesco quanto Itaú, os bancos que mais emprestaram ao grupo, têm provisões adicionais de R$ 5 bilhões para calotes pontuais, o que poderia preveni-los de fazerem provisões adicionais se o grupo EBX entrar em default (calote) em seus empréstimos.

"Não esperamos que as provisões que cobrem os empréstimos da EBX prejudiquem substancialmente os resultados dos maiores bancos do país nos próximos trimestres, apesar da possibilidade de utilizá-las para cobrir a exposição à EBX", disse a S&P, em comunicado.