São Paulo - O desempenho das ações do setor bancário e das empresas baseadas em commodities (matérias-primas) sustentaram a recuperação da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Nem as más notícias da economia americana foram suficientes para azedar o humor do investidor, que mantiveram a bolsa brasileira em seu maior nível dos últimos 14 meses.
Analistas destacam a visão positiva dos investidores estrangeiros sobre a economia doméstica, refletida no fluxo constante de capital externo para as ações brasileiras. Refletindo essa menor aversão ao risco, a taxa de câmbio caiu para R$ 1,77.
O Ibovespa, índice que reflete os preços das ações mais negociadas, subiu 1,18% no fechamento, atingindo os 61.171 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,929 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova Iorque fechou em baixa de 0,23%.
OGX
Entre as ações mais negociadas, a ordinária da OGX Petróleo e Gás disparou 10,79%, sendo o segundo papel mais negociado na Bovespa ontem (giro de R$ 491,55 milhões). A empresa comunicou a descoberta de indícios de hidrocarboneto em um bloco da bacia de Santos (SP). A diretoria prevê o início da produção em 2011.
O ativo do Itaú-Unibanco valorizou-se 0,41%, enquanto a ação da Gerdau subiu 3,24%. A ação preferencial da Petrobras, no topo das preferências dos investidores, teve ganho de 0,32%. Outro papel fortemente negociado, a ação preferencial da Vale, teve alta de 2,55%.
Bancos e corretoras, que passaram setembro aguardando uma forte realização de lucros (que não houve), foram surpreendidos pela forte alta da bolsa no mês. E o Ibovespa já chegou em um nível somente esperado para o final de ano. "Apesar de mantermos a percepção de que os vetores importantes, que influenciam a decisão de investimento, continuam com viés positivo, não podemos descartar o aumento da volatilidade e certa estabilidade no Ibovespa no curto prazo", comenta Mônica Sales, estrategista da Ativa Corretora em relatório sobre as perspectivas para o mês de outubro.
Como ressaltam vários profissionais de mercado, outubro pode ser um mês de maior nervosismo principalmente por conta do calendário corporativo, com o cronograma de balanços trimestrais.
EUA
Entre as principais notícias do dia, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que houve a destruição de 263 mil postos de trabalho em setembro nesse país. A taxa de desemprego atingiu 9,8% no mesmo mês. O dado supera em muito a expectativa dos analistas, que esperavam um corte de cerca de 140 mil postos de trabalho.
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