Há um consenso de que os bancos europeus precisam de mais capital, bem acima de 100 bilhões de euros, e ele provavelmente virá de uma variedade de fontes, incluindo o fundo de resgate da zona do euro, disse o Ministro das Finanças da Irlanda, no sábado (08).
Alemanha e França estão divididas antes das conversações importantes de domingo (09), sobre como fortalecer os instáveis bancos europeus. Paris está ansiosa para recorrer aos 400 bilhões do fundo de resgate da zona do euro, o EFSF, para recapitalizar seus próprios bancos e Berlim insiste que o fundo deve ser utilizado como último recurso.
O FMI já disse que os bancos europeus precisam de fundos adicionais de 200 bilhões de euros.
"Acho que há um consenso de que ele será bem acima de 100 bilhões de euros," disse aos repórteres, Michael Noonan, do lado de fora de um fórum econômico em Dublin.
"Sei que alguns dos grandes bancos alemães, com quem eu estava falando pessoalmente, pretendem levantar dinheiro no mercado, portanto serão financiamentos privados. Outros bancos gostariam de se beneficiar do fundo EFSF. Outros bancos vão contar com seus governos, para fornecer o capital, portanto vai haver uma série da maneiras de fazê-lo."
"Acho que o princípio deveria ser que os governos são responsáveis pelo seu sistema bancário, de acordo com o Conselho do Banco Central Europeu."
"Se os bancos não conseguem se capitalizar, seja emitindo recursos financeiros para o mercado ou obtendo fundos do tesouro nacional, então, obviamente, eles teriam a opção de requisitar o financiamento do EFSF. Quando nós recapitalizamos os nossos bancos, escolhemos o EFSF."
Noonan disse que os recentes rebaixamentos de crédito da Espanha e Itália refletiam a frustração no fracasso da Europa em resolver a longa crise da divida soberana.
"Certamente há uma certa impaciência para que a Europa resolva os problemas da zona do euro e para que ela o faça muito rapidamente", disse ele.
Os bancos da Irlanda estavam no pior momento da sua crise financeira e socorros subsequentes da UE e do FMI e mais cedo esse ano Dublin apresentou uma conta de 70 bilhões de euros para recapitalizar seus credores.
No momento, Noonan está procurando meios para tentar reestruturar quase 31 bilhões de euros em notas promissórias, uma forma de vale ou acordo escrito, usadas para recapitalizar os credores do Anglo Irish Bank e Irish Nationwide Building Society.
Os vales têm juros de 17 bilhões de euros, divididos ao longo de um período de 20 anos e Noonam gostaria de recorrer ao EFSF para pagar o restante da dívida, quase 44 bilhões de euros e depois pagar o dinheiro ao EFSF em um período mais longo, com taxas de juros mais baixas.