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Economia em 2025

Bancos preveem que inflação pode ceder neste ano e dão “voto de confiança” ao ajuste fiscal

Isaac Sidney
Isaac Sidney, presidente da Febraban, diz que bancos estão praticamente convencidos de que governo está comprometido com ajuste fiscal. (Foto: reprodução/Febraban)

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O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, afirmou nesta sexta (3) que a inflação pode começar a ceder ainda neste ano para o centro da meta de 3%. Dados consolidados de 2024 ainda serão divulgados pelo governo, mas o mercado já a apontou o índice a 4,9%, o equivalente a 0,4 ponto percentual acima do teto da meta de 4,5%.

Isso ocorrerá, segundo Sidney, por conta da política monetária mais restritiva que já vem sendo adotada pelo Banco Central desde o ano passado para tentar segurar a disparada da inflação. Para ele, a taxa básica de juros ainda subirá a 15% até junho antes de começar a ser reduzida.

“Na medida em que o Banco Central se antecipou e acabou imprimindo um ritmo mais forte, mais contracionista, isso deve fazer com que a inflação comece a convergir pra meta, embora ainda estejamos com um quadro mais crítico de inflação”, disse em entrevista à GloboNews.

A Selic está, atualmente, em 12,25% e deve ser elevada em mais um ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para os dias 28 e 29 de janeiro.

A projeção de juros a 15% foi apurada por uma pesquisa realizada pela Febraban no final de dezembro com 19 instituições financeiras, que indicou a expectativa de um aumento acima do esperado pelo mercado financeiro.

Desde antes de tomar posse como novo presidente do Banco Central, o economista Gabriel Galípolo vem reforçando que atuará para levar a inflação para o mais próximo possível do centro da meta, de 3%, mantendo os juros mais altos pelo tempo necessário.

Ele assumiu o cargo na quarta (1º) e teve o primeiro dia útil de trabalho na quinta (2) com o dólar disparando no começo do pregão a R$ 6,22, mas que recuou no final do dia a R$ 6,16.

“Voto de confiança”

Apesar dos solavancos do dólar nas últimas semanas influenciados pela desconfiança do mercado financeiro com a atuação independente de Galípolo sem influência do Planalto e a própria capacidade do governo de segurar o avanço das contas públicas, Isaac Sidney diz que os bancos deram um “voto de confiança” ao pacote de ajuste fiscal parcialmente desidratado pelo Congresso e a novas medidas que podem vir a ser anunciadas pela Fazenda.

“O governo está fazendo a parte dele ao enviar esse pacote, o Congresso Nacional de igual forma, e nós precisamos continuar dando um voto de confiança ao governo para perseguir e perseverar a trazer essa trajetória da dívida e das despesas para um processo de estabilização e de equilíbrio fiscal”, ressaltou o dirigente da Febraban.

De acordo com ele, 2/3 dos bancos estão convencidos de que o governo está agindo para segurar o avanço das contas públicas e que, apesar da estimativa de que o pacote perdeu em torno de R$ 15 bilhões do que se esperava economizar, outras medidas fiscais devem ser anunciadas para se chegar à meta de R$ 72 bilhões em dois anos.

Isaac Sidney diz que esta é uma visão “realista” dos bancos ao se olhar a trajetória da dívida e das medidas como um todo, e que há a confiança que as contas de 2024 estarão dentro das regras do arcabouço fiscal.

“Não podemos desprezar estas medidas adicionais que foram feitas, que elas certamente terão algum impacto na trajetória da dívida pública. O que precisamos é avançar, chegar ao destino e inverter a trajetória de alta. Estamos confiantes que o governo está determinado”, pontuou lembrando que conversou recentemente com o ministro Fernando Haddad (Fazenda).

De acordo com ele, o ministro tem plena noção da desconfiança que ronda os investidores, de que houve uma deterioração das expectativas fiscais e monetárias, e de que o ano de 2025 será “desafiador”. No entanto, Sidney afirmou que Haddad “está determinado a enfrentar esta crise de confiança”.

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