![Para o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, resultados levantaram o nevoeiro sobre a situação dos bancos | Yuri Gripas/Reuters](https://media.gazetadopovo.com.br/2009/05/f58f9fd2cb5454c65dec46e8695d1426-full.jpg)
Nova Iorque - Dez entre os 19 maiores bancos dos Estados Unidos terão de obter pelo menos US$ 74,6 bilhões até novembro para continuar viáveis, segundo resultado do chamado "teste de estresse" realizado pelo Departamento do Tesouro nos últimos dois meses e meio. O valor pode ser muito maior se for considerado que o Citigroup decidiu incorporar a seu capital boa parte dos US$ 45 bilhões em dinheiro público que recebeu nos últimos meses.
Outros bancos também podem tomar a mesma decisão caso não consigam levantar no mercado o dinheiro necessário apontado nos "testes de estresse". No caso do Citi, isso será feito por meio da conversão das chamadas "preferred stocks" (ações preferenciais) que o governo dos EUA tem no banco em ações comuns. Com isso, estima-se que o governo dos EUA será individualmente o maior acionista da instituição, com participação de cerca de 35%.
Segundo os resultados dos "testes de estresse" nos bancos, o Citigroup precisará levantar US$ 5,5 bilhões adicionais (além dos até US$ 45 bilhões com a conversão das ações), o Bank of America (BofA), US$ 34 bilhões; o Wells Fargo, US$ 13,7 bilhões; e a GMAC, braço financeiro da General Motors, US$ 11,1 bilhões.
Em teleconferência ontem em Nova Iorque, o presidente do Citigroup, Vikram Pandit, foi questionado se não seria um sinal de "fragilidade" o fato de o banco ter optado por converter a ajuda estatal em ações comuns para reforçar o capital. Pandit disse que não. Ele afirmou que o banco tem essa opção (de converter as ações) e que continuará competitivo perante a concorrência.
O BofA informou que espera levantar os US$ 34 bilhões vendendo partes do negócio ou emitindo novas ações aproveitando a onda de recuperação dos papéis do setor bancário nos EUA, que tiveram valorização de mais de 90% desde março.
Premissas da "prova"O Departamento do Tesouro americano chegou aos valores anunciados ontem a partir das seguintes premissas sobre a economia norte-americana, aplicadas sobre a situação atual dos bancos: que o desemprego alcance 10,3% neste ano; que os preços dos imóveis caiam mais 22% em 2009; que o PIB sofra contração de 3,3% neste ano; e que o crescimento seja nulo em 2010.
O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, afirmou que os resultados dos "testes de estresse" levantam "o nevoeiro" que existia sobre a saúde dos bancos e tornam mais fácil às instituições obter capital no mercado. O Tesouro deixou claro que, se necessário, não hesitará em injetar mais dinheiro nos bancos que precisarem de reforço.
A ação do governo dos EUA, que já injetou mais de US$ 200 bilhões nos bancos por meio das "preferred stocks", é garantir que o mercado de crédito continue funcionando para empresas e consumidores.