Os cinco maiores bancos privados no Brasil - Bradesco, Itaú, Santander, HSBC e Citibank - cortaram 7.286 postos de trabalho entre janeiro e setembro deste ano, segundo dados de uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e pela Contraf (Confederação Nacional do Trabalhadores do Ramo Financeiro).

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O balanço é realizado a cada três meses e não considera as demissões mais recentes, como as do Santander, que no começo do mês desligou cerca de mil funcionários de seus quadros.

O banco participa de audiência de conciliação com o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região hoje, após uma liminar da desembargadora Rilma Hemetério suspender as demissões não homologadas pela empresa.

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O Itaú foi o banco que apresentou o maior número de demissões no período analisado pela pesquisa. Foram 7.831, uma tendência de redução que se repetiu em todos os trimestres do levantamento. Questionado sobre os motivos das reduções, o banco preferiu não se manifestar. O Citibank e o Bradesco apresentaram um menor número de demissões no período: 665 e 584, respectivamente.

O Santander e o HSBC aumentaram seus quadros em, respectivamente, 518 e 1.276 funcionários no mesmo período.

Cenário ruim

O saldo de demissões e contratações no setor bancário privado deve piorar no acumulado deste ano.

Além das demissões já anunciadas pelo Santander, o Citigroup comunicou na última quinta-feira que demitiria 11 mil funcionários em todo o mundo. Os cortes chegarão ao Brasil, e 14 agências serão fechadas no país. Segundo a assessoria de imprensa do Citibank, não há prazo para a realização dos cortes.

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No mesmo dia, a Contraf enviou uma carta ao ministério da Fazenda solicitando uma audiência para discutir as demissões no setor. A entidade citou os ajustes em curso no Itaú, no Santander e no Citibank.

"Estamos muito preocupados com o processo em andamento de reestruturação no sistema financeiro, que está provocando milhares de demissões de bancários e ocasionando profundas incertezas para o emprego da categoria, a ampliação do crédito e a qualidade de atendimento da população", diz a confederação no documento.

Setor público

Na contramão do cenário de demissões, os bancos públicos tiveram aumento do quadro de funcionários no período analisado. Enquanto o Banco do Brasil aumentou em 670 postos o seu quadro de funcionários, a Caixa Econômica Federal aumentou seu efetivo em 4.104 pessoas. Considerando o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal no balanço do ano, a redução de postos de trabalho no setor cai de 7.286 para 2.512, uma redução de 65%.

Os dois bancos apresentam um número de funcionários muito próximo aos dos maiores empregadores do setor privado: Bradesco e Itaú. O Banco do Brasil tem 114 mil funcionários e a Caixa, 89 mil. O Bradesco conta com 104 mil trabalhadores e o Itaú, 90 mil. Santander, HSBC e Citibank possuíam em setembro 55 mil, 23 mil e 6 mil funcionários no Brasil, respectivamente.

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