O banco Standard Chartered é um solitário nas previsões sobre o campeão da Copa do Mundo da África do Sul. Utilizando três métodos estatísticos, o banco, que tem sede em Londres e forte atuação na Ásia, África e Oriente Médio, não vê o time de Dunga como o vitorioso do torneio, ao contrário do que preveem o norte-americano Goldman Sachs, o dinamarquês Danske Bank e o suíço UBS que apostam no hexacampeonato do Brasil.
"Com base em três métodos clássicos, os nossos analistas de crédito e câmbio, com contribuição do departamento de análise de risco, projetaram os campeões da Copa do Mundo de 2010. Os prováveis vencedores são Espanha (com base na análise Monte Carlo); Alemanha (com base no spreads dos swaps para default de crédito) ou Alemanha, Inglaterra ou Argentina (com base na análise da taxa de câmbio real efetiva)", observa o economista-chefe e líder do grupo de pesquisa global do Standard Chartered, Gerard Lyons, que capitaneou um grupo amplo formado por 18 analistas da instituição que se debruçaram sobre as previsões para a Copa.
"Tanto no futebol como nos mercados financeiros, aqueles que foram capazes de se adaptar e mudar e abraçar a globalização estão melhor posicionados para o sucesso", destacam os analistas, que montaram grupos com os 32 times que participam da Copa com base nos critérios estatísticos adotados e discorreram durante um longo relatório de 73 páginas sobre o torneio, seu impacto e importância econômica para a nova ordem mundial e para o continente africano.
No modelo adotado pelo banco inglês, o Brasil não aparece com domínio da bola para os analistas em nenhum dos métodos estatísticos. "A nossa análise com base na taxa real efetiva sugere que o time brasileiro está excessivamente valorizado, com salários elevados e com uma posição muito alta nos rankings de classificação", observa o estrategista de câmbio, Thomas Harr. Os modelos são elaborados para descobrir o resultado com a probabilidade mais alta de ocorrência.