O Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) reuniu os maiores bancos americanos e europeus durante todo o final de semana, em Nova Iorque, para uma operação de resgate do Lehman Brothers, o quarto maior banco de investimento dos EUA, e impedir a sua liquidação, que trará mais instabilidade ao conturbado mercado financeiro global.

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Sem ajuda financeira do governo dos EUA e do Fed, os bancos teriam desistido do Lehman e partido para salvar o Merrill Lynch, outro banco tradicional de Wall Street, apontado como o próximo arriscado de insolvência na crise iniciada com as hipotecas "subprime’’ (segunda linha) nos EUA e que já abateu outras instituições, como o rival Bear Stearns.

Para isso, o Merrill Lynch deverá ser absorvido pelo Bank of America, o segundo maior banco americano, por pelo menos US$ 38,25 bilhões. Já a gigante dos seguros AIG, outra instituição em sérias dificuldades e com negócios espalhados pelo mundo, deve anunciar uma reestruturação para tentar manter as suas operações.

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O objetivo dos negociadores era conseguir um desfecho para a situação do Lehman antes da abertura dos mercados na Ásia (noite de ontem em Brasília). A tentativa foi dramática, uma corrida contra o tempo que envolveu dezenas de instituições e discussões frenéticas desde a noite da sexta-feira.

O primeiro a desistir do Lehman foi o banco britânico Barclays, que defendia um financiamento do governo, como aconteceu com o Bear Stearns, em que o JPMorgan contou, no final de março, com linha de crédito especial do banco central dos Estados Unidos.

O Lehman Brothers mantém negócios com os principais bancos do mundo e sua provável liquidação deverá causar prejuízos a todas essas instituições.

Entre os participantes das reuniões estavam o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson, os presidentes-executivos do Morgan Stanley, John Mack, e do Citigroup, Vikram Pandit, e o presidente da divisão regional do Federal Reserve de Nova Iorque, Timothy Geithner.

Com a falta de acordo, alguns analistas previam mais um dia sangrento dos mercados globais. "O melhor dos cenários é que o Fed ofereça uma suspensão de 48 horas, dando suporte direto de liquidez ao Lehman, para ganhar tempo até que apareçam outras propostas. O pior caso é a falência’’, disse Sean Egan, presidente da empresa de rating Egan-Jones Ratings.

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Ainda assim, até o fechamento desta edição, o Lehman Brothers rumava para a falência.