| Foto: Marcos Santos/USP Imagens/

Os bancos terão 90 dias para se adaptarem ao novo formato do crédito rotativo, quando o cliente atrasa ou não quita a fatura do cartão de crédito, com prazo final em março, de acordo com o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), Marcelo Noronha.

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“Os bancos emissores já estão correndo para fazer adaptações necessárias antes mesmo da normatização que deve ser publicada pelo Banco Central”, informou ele, em teleconferência com a imprensa, na tarde desta quinta-feira (22).

De acordo com Noronha, a Abecs aprovou na quarta-feira, em reunião extraordinária, uma recomendação para que suas associadas ofereçam o parcelamento da fatura para seus clientes. Acrescentou ainda que os bancos mais perdem do que ganham com a mudança no rotativo no curto prazo, mas que a modalidade vai dar uma nova dinâmica entre receitas e perdas, reduzindo, consequentemente, a inadimplência.

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O presidente da associação disse ainda que as empresas associadas à Abecs não devem quebrar por causa da redução das taxas e limitação de prazo no rotativo. “A redução de taxas se dá por razões técnicas. Na hora que eu aumento o prazo médio da carteira e a de capacidade de pagamento usando o rotativo eu reduzo o comprometimento do consumidor para patamares muito menores”, destacou.

Ele afirmou ainda que a inadimplência vai ocorrer, mas que não é possível quantificar essa redução. Explicou ainda que as condições de prazo e taxas devem ficar a critério de cada banco. Atualmente, o parcelamento da fatura, conforme Noronha, é feito em até 24 meses e com taxas bem menores do que as cobradas no rotativo, de apenas um dígito.

A redução do prazo para pagamento ao lojista continua em discussão a despeito das mudanças anunciadas para o crédito rotativo. “Vamos continuar discutindo com o Banco Central a redução do prazo ao lojista, a estrutura do mercado de cartões e o apoiando como temos feito. A discussão de redução de prazo ao lojista tem de ser técnica e estruturada”, disse.

Noronha não citou um prazo específico para o qual poderia convergir o tempo de pagamento ao lojista, mas ressaltou que alguns segmentos e empresas já contam com um período menor para recebimento. “A discussão continua e vai haver não só por atitude do próprio regulador. Não é de hoje que a redução do prazo está sendo discutida e também é uma demanda do próprio setor”, esclareceu.

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Ele afirmou que as taxas cobradas no novo rotativo devem cair pela metade uma vez que os juros do parcelamento da fatura são menores, de um dígito. Sobre o fato de ainda assim as taxas permanecerem elevadas, Noronha disse que o risco e a inadimplência no Brasil, mais elevados do que em outros países, pesam no patamar, mas que a tendência, com a queda da Selic, é de convergência dos juros cobrados no cartão. “Estamos dando passos importantes em relação ao futuro”, ressaltou Noronha, acrescentando que a política de juros ficará a critério de cada banco.