O Conselho Monetário Nacional (CMN) alterou um conjunto de regras para injetar recursos no crédito rural. Ao todo, a agricultura passará a contar com mais R$ 5,5 bilhões além dos R$ 78 bilhões previstos para a safra 2008/09. Com a decisão do CMN, em vez de 25%, os bancos vão emprestar 30% de tudo que recebem de depósitos à vista para financiar a agricultura, de novembro deste ano a junho de 2009. O juro padrão continua sendo 6,75% ao ano.
Para compensar o aumento, o CMN reduziu o depósito compulsório que as instituições devem manter na autoridade monetária, de 45% para 42%. A mudança faz parte do programa de liberação de R$ 100 bilhões em compulsórios anunciado na segunda-feira pelo Banco Central (BC).
Se os preços das commodities continuarem em queda, a tendência é de desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio ainda em 2008. Segundo dados estimados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo, embora o PIB do agronegócio tenha acumulado expansão de 6,79% até julho, o ritmo de crescimento do setor começou a cair no início do segundo semestre do ano, antes mesmo de registrar as pressões geradas pelo atual cenário de crise internacional. A avaliação já considera a injeção extra de R$ 5,5 bilhões.