Em um mercado cada vez mais disputado, decidir em que instituição abrir uma conta e qual modalidade ou pacote escolher pode exigir mais tempo de pesquisa dos clientes. A concorrência no sistema financeiro aumentou especialmente após a entrada das fintechs no jogo, com suas contas digitais que, em alguns casos, podem chegar a ter custo zero para pessoa física.
Em julho do ano passado, a Gazeta do Povo fez um comparativo entre as principais contas digitais disponíveis no mercado, considerando dois tipos de cliente: um que faz menos e outro que faz mais movimentações mensais. Agora, refazemos esta simulação, incluindo novos players e atualizando as tarifas praticadas pelas instituições.
Naquele momento, incluímos no comparativo as cestas que não eram exclusivamente para o uso digital. Agora, resolvemos deixa-las de fora e criamos novas tabelas comparando os valores para os mesmos perfis de clientes citados, considerando as contas tradicionais. A título de comparação, para o usuário que usa mais serviços optamos por utilizar o pacote de serviços essenciais somado a tarifas avulsas. Já para o que usa menos, selecionamos o Pacote Padronizado IV, do Banco Central (confira abaixo o que este pacote prevê e o que todo banco deve garantir aos clientes).
Comparativo contas digitais
A maioria das contas digitais listadas utilizam o pacote de serviços essenciais como base para a cobrança de tarifas – à exceção do Agibank, que possui números diferentes de saques permitidos dependendo do canal, e da Superdigital, cuja cesta mensal não é cobrada se o cliente fizer mais de R$ 500 em compras mensais utilizando o cartão, e também contempla um número diferente de saques gratuitos por mês. Confira o comparativo:
Comparativo contas tradicionais
Já para as contas tradicionais, trazemos as cestas e tarifas cobradas pelos cinco principais bancos do país. As tarifas da Caixa Econômica Federal e do Bradesco já estão com os valores ajustados para cobrança que passará a valer em julho de 2019. O valor da cesta para um mesmo produto, o pacote Padronizado IV, varia entre R$ 37,80 e R$ 43.
Além disso, para o cliente que utiliza menos serviços, mostrou-se mais interessante utilizar o pacote de serviços essenciais e pagar os avulsos do que contratar algum pacote padronizado mais simples, pagando a cesta mensal mais os serviços avulsos. Confira:
Como escolher?
A resposta é: depende. É essencial entender que tipo de cliente você é, observando seus hábitos de consumo e de movimentação mensal da conta, e também avaliar se sua preocupação está mais voltada aos custos ou ao relacionamento que terá com a instituição onde a conta foi criada.
"Em termos de custos, as contas digitais são a melhor alternativa. Porém, é preciso considerar que, no digital, a relação é impessoal, enquanto nos meios tradicionais você tem um gerente para quem pode ligar, que pode te orientar", aponta Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor executivo de estudos e pesquisas da Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac). As contas digitais também não oferecem talões de cheques.
Segundo o executivo, as contas digitais vieram exatamente de olho na bancarização daqueles que ainda não participavam do Sistema Financeiro. "Como não precisam manter agências e o custo com pessoal também é bem inferior, os bancos digitais conseguem oferecer como atrativo a rapidez nas transações e custos mais baixos", diz Oliveira.
No comparativo de contas digitais, um mesmo cliente pode não pagar nada ou ter de desembolsar mais de R$ 50 em tarifas em um mês – nos clientes que fazem mais movimentações, a simulação apontou pagamento de mais de R$ 100.
Em relação às contas tradicionais, cabe dizer que os bancos oferecem pacotes personalizados, que podem ser adequados às necessidades de cada cliente. Todos os principais bancos oferecem internet banking e aplicativos para movimentação via smartphone. "Quando os bancos digitais começaram a ganhar espaço, os tradicionais também criaram seus braços digitais", lembra Oliveira. Entre eles, estão o Next (Bradesco), a Superdigital (Santander) e a Conta Fácil do Banco do Brasil.