A partir de janeiro do ano que vem o preço da energia elétrica sofrerá alterações mensais. O motivo é a implantação do sistema de bandeiras tarifárias, que indicam a situação dos reservatórios de energia e a necessidade de uso de energia térmica mais cara e poluente.
O consumidor saberá ao final de cada mês qual bandeira valerá para os próximos 30 dias. A verde indicará que o sistema estará funcionando dentro da normalidade e que o preço da energia não será alterado. A amarela mostrará que as condições de geração estarão menos favoráveis. Ou seja, as usinas térmicas terão de ser ligadas para complementar a geração das usinas hidrelétricas.
Em geral, isso ocorre quando há períodos de seca e os reservatórios das hidrelétricas precisam ser poupados. Neste caso, a tarifa do consumidor terá um acréscimo, no mês, de R$ 1,50 a cada 100 quilowatt-hora consumidos.
A bandeira vermelha significará que as térmicas terão de ser ligadas em larga escala. O custo da energia estará mais alto para o sistema e esse repasse para o consumidor será, então, antecipado. O aumento do preço será de R$ 3,00 para cada 100 kWh.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o consumo médio de uma família no país é de 150 kWh. Ou seja, no cenário de bandeira vermelha, o aumento na conta no final do mês seria, em média, de R$ 4,50.
Ao longo deste ano, as bandeiras ficaram vermelhas praticamente todo o ano para todas as regiões do país. Em janeiro de 2015, o mais provável é que o cenário se repita, segundo Romeu Donizete, diretor-geral da Aneel.
Adiantamento
Atualmente, a Aneel já repassa o custo do uso das térmicas para o consumidor. A diferença é que atualmente a agência faz isso apenas uma vez ao ano durante o processo de reajuste tarifário. A vantagem do novo sistema seria o sinal de preço dado ao consumidor que percebe o problema enquanto ele ainda está ocorrendo e, assim, pode agir diminuindo o consumo.