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O governo vai intensificar ao longo dessa semana as negociações do projeto de Orçamento de 2016 na tentativa de reverter as expectativas negativas com a política fiscal | Ueslei Marcelino/Reuters
O governo vai intensificar ao longo dessa semana as negociações do projeto de Orçamento de 2016 na tentativa de reverter as expectativas negativas com a política fiscal| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Depois da revisão da meta fiscal de 2015, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, encaminha nesta terça-feira (3) ofício à Comissão Mista de Orçamento com as medidas de corte adicional de R$ 26 bilhões de despesas em 2016. Essa tesoura nos gastos do governo foi prevista no pacote de medidas adicionais de R$ 64,9 bilhões para reverter o déficit estimado de R$ 30,5 bilhões no Orçamento das contas do governo federal no ano que vem, anunciado em setembro, mas que ainda não tinha sido enviada ao Congresso Nacional.

Segundo apurou a reportagem, o governo conseguiu um redirecionamento de R$ 1,1 bilhão de emendas parlamentares obrigatórias individuais e de bancada para projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) previstos no projeto de Lei Orçamentária de 2016.

A previsão inicial era de um redirecionamento de R$ 3,8 bilhões para evitar o corte das despesas do PAC necessário para fechar as contas. Com o redirecionamento menor, será preciso cortar, na prática, R$ 2,7 bilhões de gastos do PAC.

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No caso de gastos para a saúde, as emendas apresentadas pelos parlamentares, referentes a 0,6% da receita corrente líquida, não foram programadas para projetos previstos pelo governo na proposta de lei orçamentária. Isso obrigará um corte de R$ 3,8 bilhões nas chamadas despesas discricionárias voltadas para a saúde.

Negociação no Congresso

Com a previsão de rombo de até R$ 117,9 bilhões nas contas do chamado Governo Central (Tesouro Nacional, INSS e Banco Central) em 2015, o governo vai intensificar ao longo dessa semana as negociações do projeto de Orçamento de 2016 na tentativa de reverter as expectativas negativas com a política fiscal.

O governo mudou a meta fiscal de 2015 para as contas do setor público (que incluem os estados e municípios), mas manteve a previsão de superávit de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2016. Esse compromisso, no entanto, não está garantido porque o governo previu receitas, como o retorno da CPMF, que não estão garantidas.

As medidas de corte de R$ 26 bilhões incluem o adiamento do reajuste dos servidores, suspensão de concursos públicos, redução de gastos com custeio da máquina administrativa e revisão de gastos com subsídios de preços agrícolas. A principal medida é a adiamento em sete meses do reajuste (de janeiro para agosto de 2016), que vai economizar R$ 7 bilhões no ano que vem.

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