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Bares esperam faturar 20% menos em 2013

Haas, dono do Taco e outros, demitiu 10% dos funcionários | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Haas, dono do Taco e outros, demitiu 10% dos funcionários (Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo)

Proprietários de bares em Curitiba parecem não ter motivos para comemorar o fim de ano. O faturamento desses estabelecimentos em 2013 será 20% inferior ao registrado em 2012, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR). O principal motivo para a queda é a alteração na cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que elevou o preço das bebidas destiladas e dos vinhos em 30%. O valor, cobrado pelo fisco, foi definido com base em um estudo da Secretaria da Fazenda, que levou em conta itens como preço do frete e seguro.

Soma-se ao aumento do ICMS o rigor da lei seca, modificada em fevereiro deste ano. Os empresários do setor alegam, também, que a tragédia ocorrida na boate Kiss, em Santa Maria (RS), afastou os frequentadores de bares.

"Sofremos um baque", diz o proprietário do Taco El Pancho, Gustavo Motter Haas. O bar, localizado na Avenida Batel, fechará o ano com queda de 15% no número de frequentadores, assim como os outros estabelecimentos do empresário – Sheridan’s Irish Pub, Peggy Sue Diner e Soviet.

Foi preciso, também, demitir funcionários. "Tivemos de desligar 10% de nosso quadro no primeiro semestre, mas estamos tentando repor agora", afirma Hass.

Semestre crítico

O período entre janeiro e julho de 2013 foi o mais crítico para o setor, registrando queda de 30% no faturamento, segundo a Abrasel-PR. "A gente espera que o resultado do primeiro semestre nunca mais se repita, mas o ano está longe de fechar com alta", relata Gustavo Ferreira, proprietário do Taj Bar.

A queda de frequentadores nos bares do empresário, que também é dono do Santa Marta, chegará a 20% neste ano na comparação com 2012. Para Ferreira, além do aumento do ICMS e dos "fatores lei seca e Kiss", o setor sofre com a inflação, que deve fechar em 5,83% neste ano, segundo projeções do Banco Central (BC).

"A pressão inflacionária nos itens que a gente utiliza em comércio, aluguel e bebida está muito acima dos 5,8%. Só nosso chope aumentou 15% nos últimos doze meses ", afirma Ferreira.

Fator temperatura

O clima frio também foi apontado pelos empresários como um motivo para a queda no consumo de bebidas. Segundo o Simepar, a capital registrou, esse ano, a temperatura mais baixa desde 2000, e a segunda menor desde 1997 (-2ºC). Os curitibanos chegaram até a ver neve.

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