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Brasília (Folhapress) – O Banco do Brasil decidiu elevar a classificação de risco de dois empréstimos feitos ao Partido dos Trabalhadores e já fez em seu balanço provisões para cobrir possíveis perdas com esses créditos. Diante da crise política e do aumento do risco de não receber os empréstimos do PT, o Conselho de Administração do BB também resolveu proibir novos empréstimos a todos os partidos políticos, instituições religiosas e agremiações esportivas. A incorporação dessa medida restritiva à política de crédito do banco foi sugerida pelo Conselho Diretor e aprovada pelo Conselho de Administração.

Segundo o vice-presidente de Crédito e Risco Global do banco, Adézio Lima, o PT tem com o banco uma conta garantida (espécie de cheque especial para pessoa jurídica) desde 2001 no valor de R$ 3 milhões. Para essa operação, o risco de que o empréstimo não seja pago passou de classificação D (com provisão de 10%) para risco H (provisão de 100%). Isso significa que, para o banco, é grande a probabilidade de que o partido não honre o pagamento.

A outra operação do partido com o BB, um "leasing" (arrendamento) de R$ 24 milhões para a compra de equipamentos de informática, apesar de estar em dia até julho (com um terço do valor já pago), passou da classificação B (provisão de 1%) para risco E (30%).

O PT fez diversos empréstimos no setor financeiro para cobrir dívidas de campanhas políticas. Com a descoberta do esquema de caixa dois nas contas do partido, crescem as chances de inadimplência.

O presidente do PT, Tarso Genro, chegou a insinuar há algumas semanas que a legenda só pagaria as dívidas contabilizadas, deixando de fora operações de caixa dois. Se o PT levar adiante essa política, um dos prováveis perdedores será o empresário Marcos Valério, acusado de ser o operador do "mensalão", que emprestou e avalizou empréstimos ao PT.

O lucro do Banco do Brasil cresceu 39,3% no primeiro semestre do ano em relação ao mesmo período de 2004 e atingiu R$ 1,979 bilhão. No segundo trimestre do ano, o resultado foi 26% maior do registrado no mesmo período do ano passado, somando R$ 1,014 bilhão. Na comparação com o primeiro trimestre deste ano, o crescimento foi de 5,1%.

O resultado do primeiro semestre coloca o BB à frente de concorrentes como o Unibanco e o Banespa, que lucraram R$ 854 milhões e R$ 878 milhões, respectivamente. Por outro lado, o BB ficou atrás dos dois tradicionais campeões de lucros do setor financeiro brasileiro. O Bradesco teve ganho de R$ 2,621 bilhões no primeiro semestre enquanto o Itaú lucrou R$ 2,475 bilhões.

Entre os maiores bancos brasileiros, ainda falta divulgar seu balanço a Caixa Econômica Federal. A expectativa do mercado – alimentada por declarações de seus próprios dirigentes – é que o lucro do banco tenha ultrapassado R$ 1 bilhão no primeiro semestre.

O bom desempenho do banco é atribuído ao corte de despesas administrativas, aumento da receita com a prestação de serviços, aumento da base de clientes, da administração de recursos de terceiros e de programas de fidelidade.

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