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Economia

BC admite preocupação com volatilidade do dólar

A escalada de valorização do dólar, que vem atingindo cotações recordes nos últimos dias, tem preocupado o Banco Central, segundo afirmou nesta quarta-feira (23) o diretor de política econômica da instituição, Carlos Hamilton Araújo.

Na manhã desta quarta, numa tentativa de segurar a alta do dólar, o BC anunciou dois leilões de swap cambial (que equivale à venda de dólares no mercado) num total de US$ 2,18 bilhões.

Segundo Araújo, a ação foi motivada pela "volatilidade excessiva" da moeda. "Houve um entendimento de que os mercados não estavam funcionando adequadamente e que, portanto, era pertinente uma ação do Banco Central", disse.

O diretor ressaltou, porém, que o BC "não tem compromisso com a taxa de câmbio" -ou seja, que não é de sua responsabilidade estabelecer um patamar ideal para a cotação do dólar. Para Araújo, a variação da moeda "faz parte" do atual sistema econômico. "O câmbio flutuante é a primeira linha de defesa do país em caso de choques", afirmou. "O câmbio está repercutindo essencialmente uma piora no sentimento de risco."

Araújo esteve em Curitiba para a divulgação do Boletim Regional do Banco Central, que avalia o desempenho da atividade econômica nas diferentes regiões do Brasil. Juros

O diretor também mostrou números que indicam queda nas taxas de juros das concessões de crédito no país -um reflexo, segundo ele, da redução puxada por Banco do Brasil e Caixa Econômica no mês passado.

De acordo com o BC, em abril, houve um recuo de 2,3 pontos percentuais nas taxas de juros para pessoas físicas, em comparação com o mês anterior. Para pessoas jurídicas, a queda foi de 1,4 ponto percentual.

Também houve uma redução no spread bancário - que é a diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e a taxa cobrada dos consumidores. O governo federal está numa queda de braço com o sistema financeiro para baixar os spreads. Segundo Araújo, a queda no spread foi de 1,5 ponto percentual. A redução foi mais acentuada em empréstimos para pessoas jurídicas: 1,9 ponto percentual. Para pessoas físicas, a queda foi de 0,9 ponto percentual.

"Isso certamente reflete o movimento da Caixa Econômica, do Banco do Brasil e de outras instituições, que anunciaram redução nas taxas de juros", afirmou Araújo.

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