O Banco Central (BC) elevou de 2,2% para 4% a projeção de alta no preço da gasolina ao longo de 2011. De janeiro a maio, o preço do combustível subiu 10,5%, o que se transformou em fator adicional de pressão sobre a inflação e de preocupação do BC. Mas a autoridade monetária aposta que o preço do combustível vai devolver parte da alta registrada no início do ano.
As estimativas de alta da gasolina são feitas pelo Comitê de Política Monetária (Copom) e compõem o quadro econômico considerado pela autoridade para calibrar a taxa de juros e manter a inflação na meta. Mesmo passado o período mais crítico de abastecimento do etanol, o BC elevou a projeção de alta da gasolina. Foi a falta de etanol (produto adicionado à gasolina no Brasil) que puxou a alta dos custos.
Além dos problemas de abastecimento com a entressafra da cana de açúcar, o cenário internacional de incertezas nos países produtores de petróleo do Oriente Médio e de norte da África, que puxou os preços do barril no mercado internacional para mais de US$ 100, trazem riscos para a inflação. Até agora, a Petrobras não reajustou os preços nas refinarias, seguindo orientação da presidente Dilma Rousseff.
Na ata da última reunião do Copom, divulgada ontem, o BC avaliou no entanto, que o preço do barril de petróleo tipo Brent acima US$ 115 é consistente com um quadro de "aparente" fortalecimento da demanda global. "A complexidade geopolítica que envolve o setor do petróleo tende a acentuar o comportamento volátil dos preços, que é reflexo, também, da baixa previsibilidade de alguns componentes da demanda global e da dependência do crescimento da oferta de projetos de investimentos de longa maturação e de elevado risco", destacou o documento. O BC manteve na ata em zero a projeção para o reajuste no preço do gás de bujão em 2011.