O aumento dos riscos de uma alta da inflação e o forte crescimento da economia levaram o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) a interromper a trajetória de redução da taxa básica de juros.
Na reunião do Copom da semana passada, os diretores do BC decidiram interromper o processo de queda da taxa básica de juros (Selic), que foi mantida em 11,25% ao ano.
"Essa decisão visa preservar as conquistas no combate à inflação e assegurar que o fortalecimento da atividade econômica continue se dando em bases sólidas", diz o Copom na ata da reunião, divulgada nesta quinta-feira (25).
O BC indicou também que não deverá mexer na taxa na sua próxima reunião, a última de 2007, marcada para a primeira semana de dezembro.
"A prudência passa a ter papel ainda mais importante, dentro desse processo, em momentos, como atualmente, nos quais a deterioração do balanço dos riscos inflacionários reduz a margem de segurança da política monetária", diz o BC.
Alimentos
O Copom, formado pela diretoria do BC, destacou a alta nos preços dos alimentos e disse que esses aumentos vêm dificultando os trabalhos dos bancos centrais mundiais.
"Deve-se destacar a forte aceleração no preço dos alimentos que vem sendo observada em vários países, e que tem dificultado o controle da inflação por parte de diversos bancos centrais", diz.
O BC também se diz preocupado com a alta de preço das matérias-primas em geral e atribui esse movimento ao aumento da incerteza sobre o crescimento da economia mundial e à turbulência nos mercados financeiros globais.
"Estão emergindo sinais que podem apontar para a intensificação de riscos inflacionários em escala global, como indica o comportamento dos preços de certas matérias-primas. Dessa forma, ainda que permaneçam consistentes com a trajetória de metas, as perspectivas para a inflação estão cercadas por maior incerteza."
