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Crédito

BC anuncia mais R$ 6,5 bi para safra e construção civil

Setor agrícola receberá mais R$ 2,5 bilhões para financiamento do plantio. | Dirceu Portugal/Gazeta do Povo
Setor agrícola receberá mais R$ 2,5 bilhões para financiamento do plantio. (Foto: Dirceu Portugal/Gazeta do Povo)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central (BC), Henrique Meirelles, anteciparam ontem novas medidas para irrigar o mercado de crédito brasileiro. As ações, que envolvem cifras da ordem de R$ 6,5 bilhões, vão beneficiar especialmente os setores da agricultura e construção civil, mas também têm por objetivo garantir maior acesso de empresas e consumidores ao dinheiro.

As medidas foram alinhavadas em reunião convocada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, no escritório da presidência da República, em São Paulo. Além de Mantega e Meirelles, participaram do encontro os presidentes da Caixa, Maria Fernanda Coelho; do Banco do Brasil, Antônio Francisco Lima Neto; e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho.

Ao lado de Meirelles, Mantega explicou que o governo deverá ampliar o crédito para a agricultura em cerca de R$ 2,5 bilhões. Os recursos serão originados a partir do aumento da parcela da poupança rural que será direcionada à agricultura, de 65% para 75%.

O ministro lembrou que nas duas últimas semanas o Banco do Brasil já liberou cerca de R$ 10 bilhões ao setor de agronegócio "Portanto, não me parece que haja razão para haver uma redução da safra 2008/2009. É claro que poderá haver algum fator climático ou alguma deficiência de crédito que ainda não identificamos", ponderou ele.

Outro setor que deve receber tratamento especial é a construção civil. Nos últimos anos, as empresas se capitalizaram por meio de lançamento de ações na bolsa de valores, estabeleceram planos de investimento de longo prazo e gastaram o dinheiro na compra de terrenos, disse Mantega. Agora não conseguem capital de giro para tocar os projetos.

"Estamos montando um sistema para dispor esse crédito, que deve somar entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões para completar as obras", disse Mantega. Ele destacou que esse crédito poderá ser feito via BNDES, que já apresentou uma proposta para o setor, ou Caixa, por meio de participação acionária nas empresas. "Uma das duas medidas será tomada nos próximos dias."

Meirelles completou ainda que, durante a reunião, foi feita uma revisão de todas as ações dos bancos estatais até o momento na compra de carteira de outros bancos e na concessão de crédito. As instituições foram chamadas a se preparar para aumentar sua participação nos empréstimos e financiamento no país, seja para pessoa física, capital de giro para empresas e investimentos.

Leilão

O Banco Central informou que vendeu US$ 1,620 bilhão no leilão de dólares montado para financiamento do comércio exterior realizado na tarde de ontem. O BC fixou em dez dias úteis a data limite para que os bancos que adquiriram esses dólares repassem as linhas para os exportadores. Esse foi o primeiro leilão com essa finalidade específica feito pela autoridade monetária e que faz parte do pacote de medidas anunciado para enfrentar a crise financeira internacional.

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