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A Câmara de Importadores da República Argentina (Cira) está em estado de alerta. O Banco Central do país acaba de anunciar uma nova medida que, de acordo com a Cira, aprofundará ainda mais a crise do setor, que teve mais de US$ 5 bilhões em operações de importações barradas nos últimos meses pela autoridade monetária, mergulhada numa cruzada para proteger suas reservas.

A partir de agora, as empresas com operações no país terão apenas 120 dias para saldar antecipadamente suas compras externas e justificar a entrada no país de produtos importados. O prazo anterior era de 365 dias e, em muitos casos, as companhias conseguiam uma prorrogação autorizada por bancos locais. As exceções, com a nova resolução, serão liberadas pelo próprio BC. "Estamos muito preocupados. Essa medida vai impactar na produção, porque 90% do que se importa na Argentina vai para a produção local e, portanto, para o emprego", disse o porta-voz da Cira, Miguel Ponce.

Nos primeiros oito meses do ano, a Cira estima que a entrada de produtos estrangeiros recuou entre 12% e 15%. "Todas as medidas têm basicamente um objetivo: cuidar das reservas do BC. São, na prática, barreiras ao comércio", disse o economista e ex-secretário da Indústria Dante Sica, diretor da empresa de consultoria Abeceb.

Para Sica, os produtos brasileiros serão os mais prejudicados. "Esse tipo de medida afeta o setor automobilístico, que representa 50% do comércio com o Brasil."

Reservas

Quando Cristina Kirchner foi reeleita presidente, em outubro de 2011, as reservas do BC alcançavam US$ 52 bilhões. Hoje, o montante caiu para US$ 28 bilhões, e a Casa Rosada intensifica, todos os meses, os controles no mercado cambial. No mês passado, a instituição passou a exigir uma autorização oficial para compras externas acima de US$ 150 mil. Antes, o BC pedia aos bancos locais que comunicassem (pedissem autorização) operações acima de US$ 300 mil.

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