O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) destacou na ata da última reunião, realizada nos dias 1.° e 2, que é pouco provável uma intensificação do ritmo de ajustes da taxa Selic. Com um corte de meio ponto percentual, o órgão deu início, depois de três anos, a um ciclo de redução de juros. A taxa passou de 13,75% para 13,25% ao ano.
Os diretores do BC apontam que ajustes superiores a meio ponto percentual dependeriam de "surpresas positivas substanciais" que elevassem ainda mais a confiança na dinâmica desinflacionária.
“Tal confiança viria apenas com uma alteração significativa dos fundamentos da dinâmica da inflação, tais como uma reancoragem bem mais sólida das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto [a diferença entre a produção potencial e a real] e do balanço de riscos. O Comitê mantém seu firme compromisso com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”, cita o documento, divulgado na manhã desta terça (8).
O órgão aponta que as quedas de meio ponto percentual reúnem, "de um lado, o firme compromisso com a reancoragem das expectativas e a dinâmica desinflacionária, e, de outro, o ajuste no nível de aperto monetário em termos reais diante da dinâmica mais benigna da inflação antecipada nas projeções do cenário de referência".
Também foi destacado que o momento inspira cautela, reforçando a “serenidade e moderação que o Comitê tem expressado”.
Necessidade de reformas e previsibilidade nas contas públicas
O Copom também lembrou que reformas estruturais e a previsibilidade das contas públicas são fundamentais para o aumento da produtividade da economia, para o crescimento potencial e para aumentar a confiança de empresas, investidores e famílias.
Segundo o órgão, o esmorecimento no esforço de reformas estruturais; o aumento no crédito direcionado (como, por exemplo. recursos subsidiados pelo BNDES) e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra (aquela que nem estimula nem desestimula a economia), com impactos prejudiciais sobre a política monetária e, consequentemente, seu custo para a economia.
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