Depois de dois anos de queda ininterrupta da taxa de juro, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central chegou a considerar a interrupção deste ciclo em setembro, mas acabou optando, por unanimidade, em reduzir o ritmo da redução.
A avaliação consta da ata da reunião do comitê realizada na semana passada, quando o Copom resolveu cortar a taxa básica de juro do país em 0,25 ponto percentual, para 11,25 por cento ao ano.
"Apesar de entender que diversos fatores respaldariam a decisão de manter a taxa de juros inalterada já nessa reunião, o comitê avaliou o cenário macroeconômico e considerou que, neste momento, o balanço dos riscos para a trajetória prospectiva da inflação ainda justificaria estímulo monetário adicional", afirmaram os membros do Copom na ata, divulgada nesta quinta-feira.
O comitê deixa claro no documento que está preocupado com a trajetória da inflação no país. Os últimos indicadores de preços mostraram uma alta considerada dos índices, o que surpreendeu economistas do mercado financeiro.
De acordo com a ata, o Copom tem optado por uma estratégia que procura evitar uma "trajetória inflacionária volátil" e pretende continuar monitorando o cenário econômico "atentamente" até sua próxima reunião em outubro para definir os próximos passos da política monetária.
Um ponto de destaque feito pelo comitê é o efeito do crescimento da demanda interna sobre os preços.
"O ritmo de expansão da demanda doméstica, que deve continuar sendo sustentada,... continua podendo colocar riscos não desprezíveis para a dinâmica inflacionária", afirmaram os diretores do BC no documento.