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Fundo de renda fixa ganha da poupança com nova Selic

Com o novo aumento do juro básico (a Selic), o rendimento médio dos fundos de renda fixa com taxa de administração de até 1% ao ano passou a ser maior que o da poupança, independentemente do prazo de resgate. E os fundos com taxa de 1,5% ao ano, mais acessíveis que os demais ao pequeno investidor, também ganharão da caderneta para resgate a partir de seis meses.

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Em nota, a entidade diz que o retorno da taxa Selic aos dois dígitos, dificultará ainda mais a retomada do crescimento doméstico, principalmente se levada em consideração a "perspectiva de redução da liquidez internacional em um horizonte próximo, quando o aumento do diferencial de juros exigirá novos aumentos dos juros básicos brasileiros".

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CNI avalia que nova taxa Selic inibe investimentos privados

O aumento da taxa básica de juros para 10% ao ano inibe os investimentos privados, de acordo com avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Para a entidade, "tudo indica que o atual ciclo de aumento [da Selic] ainda não terminou". A entidade representativa da indústria assinala também que os reflexos da elevação dos juros no comportamento da inflação são defasados, e só serão sentidos no início do ano que vem.

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O Banco Central (BC) subiu nesta quarta-feira (27) o juro básico da economia brasileira, a taxa Selic, em 0,50 ponto percentual, para 10% ao ano. Foi a sexta alta seguida da taxa. A decisão foi unânime e confirmou a principal aposta dos economistas, baseada no atual cenário de pressão inflacionária. O Comitê de Política Monetária (Copom) avalia, segundo comunicado, "que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano".

A elevação dos juros é um instrumento usado pelo governo para conter o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro. E, com menos demanda, a inflação tende a ceder.

Perspectivas

Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, o ciclo de aumento da Selic deve continuar nos primeiros meses do ano que vem. Na avaliação de André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, o juro deve ter mais duas altas de 0,50 ponto percentual, até chegar a 11% ao ano em fevereiro. Depois disso, deve ficar estável pelo menos até o fim do ano. "O Banco Central está apresentando uma postura mais conservadora devido às pressões inflacionárias. Com isso, ele dá a entender que está vigilante com a política monetária dos Estados Unidos, enquanto tenta enxugar um pouco os exageros nos gastos públicos no Brasil", diz.

"O mercado se pergunta até quando o Brasil vai manter seu modelo de crescimento calcado no consumo, mas com queda nas margens de lucros reais. Até quando isso será saudável? Os mercados estão sendo penalizados por isso. Também há uma antecipação da questão eleitoral", diz.

Já Eduardo Velho, economista-chefe da gestora Invx Global, prevê dois aumentos da taxa de 0,25 ponto percentual em janeiro e fevereiro do ano que vem, o que levaria a Selic para 10,5% ao ano. "A Selic deve continuar subindo porque a inflação está elevada e a perspectiva de reajuste nos preços dos combustíveis deve pressionar ainda mais", afirma.

O economista diz ainda que a continuidade do aperto monetário depois de fevereiro vai depender dos resultados dos índices de preços, mas não que não é interessante para o Banco Central subir a Selic novamente para níveis superiores a 11% ao ano, tanto em função do ano eleitoral -já que um aperto monetário aumenta o custo do crédito e não é bem visto pelos eleitores- quanto para não ver sua credibilidade abalada por colocar a taxa de volta a níveis elevados depois de tê-la reduzido ao mínimo histórico, de 7,25% ao ano, pouco tempo atrás -em outubro do ano passado.

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