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BC considera IOF maior para barrar entrada de dólares

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, não quis usar a palavra "guerra" para definir os desequilíbrios atuais do mercado de câmbio internacional. Mas classificou que existe um "problema cambial muito sério que precisa ser resolvido" e, no caso da apreciação do real, ele afirmou que está em aberto a possibilidade de aumento no imposto sobre capital estrangeiro. Segundo Meirelles, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, já disse que isso é sempre algo que pode ocorrer. "O governo brasileiro nunca descartou [o aumento do IOF]", afirmou.

Meirelles acredita que a questão do câmbio precisa ser debatida pelo G20 e que o Brasil não pode pagar o preço pelos desequilíbrios, já que a apreciação da moeda pode prejudicar a competitividade nacional. Para ele, não se pode usar a expressão "guerra cambial" porque a situação entre os países difere – uns apresentam problemas internos, daí a desvalorização cambial, enquanto outros estão com ações para combater a apreciação das divisas.

A afirmação de que existe uma "guerra cambial" global, feita na segunda-feira pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi manchete do Financial Times e atraiu a atenção da mídia estrangeira, presente na coletiva de Meirelles ontem, em Londres. "Nós dois [ele e Mantega] argumentamos que o câmbio é um problema muito sério e que o Brasil não pode pagar o preço", disse o presidente do BC.

FMI

O diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse ontem que não descarta a hipótese de uma guerra cambial global, mas acredita que isso é improvável. Como uma tendência potencial, Strauss-Kahn disse que essa é uma preocupação, "mas eu não sinto hoje que exista um grande risco de uma guerra cambial", completou.

O diretor-gerente do FMI disse que autoridades do fundo e do G-20 estão trabalhando ativamente para evitar tal batalha global de depreciações cambiais competitivas, e que o assunto será discutido nas próximas reuniões do grupo. Dadas as potenciais repercussões – especialmente em meio a uma frágil recuperação e com o FMI solicitando uma cooperação internacional para reequilibrar a economia global –, Strauss-Kahn afirmou que a probabilidade de uma guerra de depreciações cambiais é bastante baixa. "Não se pode esperar nada de bom de uma intervenção no câmbio. A história mostra que o efeito desse tipo de medida não dura muito", comentou. Segundo ele, ou uma intervenção discreta é ineficaz, ou uma medida mais forte gera retaliações destrutivas.

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