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O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Túlio Maciel, considerou "normal" a queda do superávit primário em agosto em relação aos meses anteriores. Em entrevista para apresentar os dados do mês passado, ele disse que junho e julho foram "meses muito expressivos". "É normal que tenhamos essas oscilações ao longo dos meses. O importante é considerar o conjunto todo da obra até aqui, a soma dos resultados", disse.

As contas do setor público (governo federal, Estados, municípios e empresas estatais) apresentaram em agosto um superávit primário de R$ 4,561 bilhões, conforme divulgado mais cedo pelo BC. O superávit primário é a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida pública.

Para Túlio Maciel, a observação do comportamento das contas públicas ao longo dos últimos meses mostra "um cenário favorável para o cumprimento da meta integral neste ano". Em 2011 até agosto, o setor público consolidado cumpriu 75,4% da meta de R$ 127,9 bilhões para o ano. "Se fosse a meta anterior, estaríamos acima de 80%".

Um dos argumentos de Maciel para o cumprimento da meta é que o governo precisa de um "desempenho interanual" abaixo do que vinha observado ao longo do ano.

Além disso, ele afirmou que o resultado das contas públicas, levando-se em conta a saída da operação da Petrobras realizada no ano passado, levaria o superávit primário para um patamar de 3,1%, ante os 3,78% observados no acumulado em 12 meses e 3,65% no ano até agosto.

Túlio Maciel também falou nesta sexta que o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) foi diretamente influenciado pela variação cambial. "Tendo em vista que, em termos líquidos somos credores em moeda estrangeira, a oscilação cambial favorece a relação dívida e PIB". Em agosto, o indicador da dívida líquida ficou em 39,2% do PIB, ante 39,4%. A previsão do BC, porém, era de um indicador de 38,9%.Dólar alto ajudará queda da dívida

A alta do dólar em setembro vai dar uma ajuda e tanto para a queda da dívida líquida do setor público. O BC previu que a dívida deve cair de 39,2% em agosto para 37,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro. Segundo o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, essa queda reflete os ativos em dólar (as reservas internacionais) que aumentam com a valorização da moeda norte-americana frente ao real.

"O Brasil é credor em dólar e o alta do câmbio favorece a dívida", disse ele. Para fazer a previsão de setembro, o BC utilizou uma cotação de R$ 1,82.

Para 2011, o BC reviu de 39% para 38,5% do PIB a previsão de dívida líquida do setor público. Para fazer essa previsão o BC utilizou como parâmetros a cotação do dólar em R$ 1,68, IPCA de 6,52% , IGP-DI de 5,77% e taxa Selic média 11,7% no final do ano. Essas são previsões da pesquisa Focus. A projeção para a alta do PIB utilizada foi a do BC, de 3,5% em 2011. O BC também considerou nos parâmetros o cumprimento da meta de superávit primário de 3,1% do PIB este ano.

O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Tulio Maciel, divulgou há pouco dados sobre a sensibilidade da dívida líquida do setor público. Segundo ele, a variação do dólar de 1% gera, imediatamente, oscilação no sentido contrário de 0,13 ponto porcentual na relação entre a dívida líquida e o Produto Interno Bruto (PIB). A variação contrária no indicador é explicada pela posição credora do Brasil em moeda estrangeira.

Outro item da sensibilidade da dívida divulgado por Maciel é em relação ao juro básico da economia, a taxa Selic. Neste caso, a variação de 1 ponto porcentual no juro decidido pelo BC e mantido por 12 meses gera, em igual sentido, variação de 0,30 ponto na dívida líquida.

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