O Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país) elevou a taxa do compulsório bancário em 0,50 ponto porcentual, em mais uma ação para combater a alta de preços no país. Este foi o sexto aumento da taxa neste ano. A elevação, que terá efeito a partir de 20 de junho, foi informada após o governo chinês anunciar que o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do país subiu 5,5% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano passado, ficando acima da alta anual de 5,3% em abril.
Este foi o maior avanço dos preços em quase três anos, embora tenha ficado em linha com as estimativas dos economistas. Ao aumentar o compulsório, o governo busca reduzir a liquidez na economia. O compulsório representa a parcela dos depósitos que, obrigatoriamente, os bancos são obrigados a deixar no PBOC. Quanto maior a taxa, menor o dinheiro em circulação, o que ajuda a conter a escalada de preços.
A taxa oficial do compulsório bancário da China para os maiores bancos do país vai subir para 21,5% com a nova elevação. Mas, desde o fim do ano passado, o PBOC ordenou que alguns bancos reservem mais dinheiro, além da taxa oficial. De acordo com um cálculo da Dow Jones, a elevação do compulsório deverá enxugar cerca de US$ 58 bilhões do sistema financeiro chinês - com base no nível dos depósitos de abril.
Analistas já esperavam mais movimentos de aperto monetário do PBOC para controlar a inflação, mas as expectativas se centravam em uma iminente alta nas taxas básicas de juros - e não no compulsório. O movimento de hoje também surpreendeu porque as últimas elevações no compulsório e nos juros vinham sendo feitas em momentos nas sextas-feiras à noite, nos fins de semana ou nos feriados.
Os mercados da China já estavam fechados quando o PBOC anunciou o aumento do compulsório, mas em Hong Kong houve reação negativa. O índice Hang Seng reverteu os ganhos e caiu cerca de 200 pontos, ou 0,9%, em comparação à máxima de 22.642,46 pontos registrada ao longo do dia.
Nos mercados de câmbio as reações foram pequenas, com as moedas que tendem a ser sensíveis a preocupações com uma desaceleração econômica na China - como o dólar australiano - reduzindo levemente a alta apresentada mais cedo. Pouco antes das 7 horas (horário de Brasília), o dólar australiano subia 0,47%, para cerca de US$ 1,0648.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast
Deixe sua opinião