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JUROS

BC: decisões sobre juro buscam atingir meta de inflação

A ata da reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom) ressaltou que as decisões sobre o rumo do juro básico da economia (taxa Selic) têm como objetivo "assegurar a manutenção da convergência da inflação para a trajetória de metas em 2010 e 2011".

Para esses dois anos, o centro da meta é de 4,50%. A avaliação consta do documento divulgado hoje pelo Banco Central. Nesse trecho, foi retirada a avaliação, que constava no documento de dezembro, que afirmava que "as expectativas inflacionárias para 2010 e 2011 continuam em patamar consistente com a trajetória das metas".

No documento divulgado hoje, os membros do Comitê afirmam que os efeitos dos estímulos econômicos, principalmente os fiscais e creditícios, adotados nos últimos meses "deverão contribuir para a consolidação da retomada da atividade e, consequentemente, para a redução na margem residual de ociosidade dos fatores produtivos". Diante da perspectiva de ocupação da capacidade instalada da economia, o BC entende que "os efeitos desses estímulos devem ser cuidadosamente monitorados ao longo do tempo e serão parte importante do contexto no qual decisões futuras de política monetária, que devem assegurar a manutenção da convergência da inflação para a trajetória de metas em 2010 e 2011, serão tomadas".

Entre esses estímulos, os diretores do BC afirmam que "depois de breve contração, a demanda doméstica se recuperou, em grande parte graças aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a retomada do crédito". Em outra frente, "importantes estímulos fiscais e creditícios foram aplicados na economia nos últimos trimestres".

A ata destaca ainda que o Banco Central (BC) está pronto para reagir rapidamente a uma eventual piora do cenário para a inflação. De acordo com trecho do documento, "na eventualidade de se verificar deterioração do perfil de riscos que implique alteração do cenário prospectivo traçado para a inflação, neste momento, pelo Comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias".

Retomada

O Copom afirma, na ata divulgada hoje, que, diante dos sinais de retomada da demanda interna na economia, "cabe à política monetária manter-se especialmente vigilante para evitar que a maior incerteza detectada em horizontes mais curtos se propague para horizontes mais longos".

O colegiado observa que o aquecimento da economia tem gerado "redução da margem de ociosidade dos fatores de produção". Esse fenômeno tem sido evidenciado, segundo o BC, "por indicadores de utilização da capacidade na indústria e do mercado de trabalho". O ambiente tem afetado o comportamento recente das expectativas de inflação, o que, na avaliação do colegiado, pode crescer o risco de aumento da inflação.

O BC mudou o tom na comparação com o documento anterior, de dezembro de 2009. No documento passado, os diretores afirmavam que uma postura mais cautelosa poderia contribuir para reduzir o risco de mudanças repentinas da política monetária no futuro e criaria condições para a recuperação consistente da economia. Outro trecho suprimido é o que citava que "a preservação de perspectivas inflacionárias benignas irá requerer que o comportamento do sistema financeiro e da economia sob um novo patamar de taxas de juros seja cuidadosamente monitorado ao longo do tempo".

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