Ficha corrida
Três diretores foram condenados; instituição foi citada no Caso PC
O Banco Rural surgiu no início da década de 1960, com o nome de Banco Rural de Minas Gerais. O nome atual foi adotado quase 20 anos depois. Em 1976, o empresário Sabino Rabello assumiu a presidência. Em 2001, o comando da instituição passou para sua filha, Kátia Rabello, que recebeu a quarta maior pena no julgamento do mensalão no STF. Segundo as conclusões da ação penal 470, o banco alimentou o mensalão, emprestando recursos para o PT e para a agência de propaganda do publicitário Marcos Valério. Além de Kátia, três dirigentes da instituição foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes como formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
Antes disso, em 1992, o Rural teve o nome envolvido nas investigações que culminaram no processo de impeachment do então presidente Fernando Collor. A Comissão Parlamentar de Inquérito, aberta no Congresso Nacional, concluiu que o Rural atuou de forma decisiva no esquema capitaneado por PC Farias.
O Banco Central declarou nesta sexta-feira a liquidação extrajudicial do Banco Rural, com sede em Minas Gerais, apontado como parte importante do escândalo do mensalão. Em comunicado, o BC explicou que a medida deveu-se ao "comprometimento da sua situação econômico-financeira e da falta de um plano viável para a recuperação da situação do banco". O regulador também disse ter detectado graves violações às normas legais e sucessivos prejuízos que sujeitam os credores a risco anormal.
É a segunda intervenção da autoridade monetária em instituições financeiras do país em menos de dois meses. A decisão atinge as demais empresas do conglomerado: o Banco Rural de Investimentos, o Banco Rural Mais, o Banco Simples e a Rural Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários.
O Banco Rural foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República, em 2006, como "núcleo financeiro" do chamado mensalão, esquema de desvio de recursos públicos para compra de apoio parlamentar durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Três executivos do banco foram condenados, no ano passado, pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
"O Banco Central está tomando todas as medidas cabíveis para apurar as responsabilidades, nos termos de suas competências legais de supervisão do sistema financeiro", afirmou o BC. "O resultado das apurações poderá levar à aplicação de medidas punitivas de caráter administrativo e a comunicações às autoridades competentes."
A autoridade monetária afirmou ainda que os bens dos controladores e de ex-administradores da instituição ficam indisponíveis.
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