O chefe do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do Banco Central, Sergio Odilon dos Anjos, afirmou que testes de estresse realizados recentemente pelo BC apontam que nenhuma instituição financeira no País ficaria insolvente, em caso de volatilidade excessiva nos mercados financeiros. "Isso mostra que o sistema financeiro no Brasil é sólido e está bem capitalizado", comentou.
Anjos afirmou que o BC monitora os riscos de expansão de financiamentos no País e as condições desse setor são favoráveis para a economia nacional. "O crédito no Brasil tem subido de forma gradual e sustentável", destacou. Ele ressaltou que a dívida bruta do País, que engloba passivos do governo, das empresas não financeiras e das famílias, equivale a 98% do PIB, um patamar "confortável", em termos internacionais, pois a zona do euro atinge 161% do PIB.
Anjos disse também que é preciso garantir a liquidez do sistema financeiro e por isso existe a necessidade da reforma também no Brasil para atender às exigências de Basileia 3.
"Tudo que fazemos é para evitar que uma instituição financeira quebre", disse Anjos, acrescentando que, no caso da falência de uma instituição, normais mais rígidas são necessárias para se evitar o risco sistêmico. O chefe do BC reforçou que o sistema financeiro no Brasil tem total robustez e que se encontra em um cenário confortável. Odilon evitou comentar sobre as intervenções recentes de vários bancos no Brasil, a mais recente delas no BVA, anunciada na sexta-feira (19).
Odilon participou na manhã desta segunda-feira do 2º Congresso Internacional de Gestão de Riscos, que é promovido pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em São Paulo. Ele substitui o diretor de Regulação do Sistema Financeiro do Banco Central, Luiz Awazu Pereira da Silva.