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Balança comercial

BC deve revistar para cima projeções de superávit das contas correntes

A balança comercial continua impactando positivamente as contas correntes do Brasil, que fecharam março com saldo positivo de US$ 1,353 bilhão, quase 22% a menos do que no mesmo mesmo mês de 2005. Apesar de aquém do esperado para o mês passado (US$ 1,6 bilhão), por causa do aumento de remessas de lucros e dividendos no período, o Banco Central acredita que terá de revisar para cima as projeções para este ano, de encerrar com superávit de US$ 8,5 bilhões.

- Os dados se mostram conservadores para as nossas projeções - afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, sem entrar em mais detalhes, apenas que as estimativas são alteradas a cada trimestre.

No mês passado, o saldo da balança comercial ficou positivo em US$ 3,680 bilhões, acima dos US$ 3,342 bilhões de março de 2005, contribuindo para o resultado das transações correntes do país, que são todas as operações do Brasil com o exterior, como comércio e pagamento de juros. Do lado negativo, vieram as remessas de lucros e divindendos das empresas para o exterior, que somaram US$ 1,238 bilhão, praticamente o dobro de março do ano passado, quando ficou em US$ 661 milhões. Em abril, até hoje (dia 20), elas já somavam US$ 1,016 bilhão e, para Lopes, esse movimento representa a maior produtividade das empresas, aliada ao câmbio depreciado, o que facilita o envio de recursos.

O pagamento com juros também influenciou, com US$ 901 milhões em março, mais que os US$ 774 milhões vistos no mesmo mês de 2005. O chefe do departamento adiantou que essas operações estão se intensificando fortemente neste mês, com o adiantamento do pagamento dos "bradies", decidado pelo Tesouro Nacional. Só até hoje, os desembolsos já estavam em US$ 1,314 bilhão, o que deve levar o saldo das contas correntes a encerrarem este mês com superávit de US$ 500 milhões.

Os investimentos estrangeiros diretos também chamaram a atenção, com entradas líquidas de US$ 1,629 bilhão, 17% a mais do que no ano passado. Destaque para o setor imobiliário, com US$ 240 milhões acumulados no ano, quase o mesmo montante visto em 2005 todo (US$ 297 milhões). Em abril, até hoje, já os investimentos totais já estavam em US$ 700 milhões, reforçando a projeção do BC de fechar 2006 com US$ 18 bilhões. As despesas com viagens internacionais ficaram positivas em US$ 39 milhões em março, mostrando o maior interesse dos turistas estrangeiros no país.

A estimativa do volume de investimento de estrangeiros em papéis de renda fixa no país chegou próximo a US$ 3 bilhões em março, reflexo do fim da cobrança de Imposto de Renda nestas operações. Em março de 2005, para se ter uma idéia, o volume ficou em US$ 90 milhões.

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