A dívida externa total do Brasil atingiu US$ 201,723 bilhões em setembro, segundo estimativa divulgada nesta sexta-feira (23) pelo Banco Central. Em agosto, esse valor era de US$ 204,103 bilhões. A última posição fechada, referente a junho, era de US$ 198,996 bilhões. Segundo o BC, a dívida de médio e longo prazo somava US$ 169,422 bilhões e os compromissos de curto prazo eram de US$ 32,301 bilhões em setembro.
As remessas de lucros e dividendos somaram em setembro US$ 1,508 bilhão. Segundo o BC, em setembro do ano passado, em pleno mês de recrudescimento da crise financeira internacional, as remessas somaram US$ 3,436 bilhões. Em agosto deste ano, as remessas foram de US$ 1,895 bilhão. No acumulado de janeiro a setembro, as empresas remeteram US$ 16,013 bilhões, em termos líquidos, para o exterior, o que corresponde a uma queda de 41,77% em relação ao montante remetido em igual período do ano passado.
As despesas com juros em setembro somaram US$ 524 milhões, um valor praticamente estável em relação a agosto (US$ 525 milhões) e ligeiramente maior que os US$ 502 milhões desembolsados em igual mês de 2008. De janeiro a setembro, as despesas com juros somaram US$ 6,857 bilhões, 29,08% superior ao verificado em igual período de 2008.
A taxa de rolagem dos empréstimos externos de médio e longo prazo ficou em 83% em setembro, de acordo com o BC. Em agosto, a taxa de rolagem havia sido de 220%. Em setembro do ano passado, de 123%. No acumulado do ano até setembro, a taxa de rolagem está em 79%, ante 159% verificado de janeiro a setembro do ano passado. No acumulado até agosto, a taxa de rolagem estava em 78%.
A taxa de rolagem de bônus notes e commercial papers ficou em 76% em setembro, ante 269% em agosto e 70% em setembro do ano passado. No acumulado do ano até setembro, esse grupo tem taxa de rolagem de 87%, ante 130% em igual período do ano passado.
Os empréstimos diretos tiveram taxa de renovação de 98% no mês passado, ante 108% em agosto, e 261% em setembro de 2008. De janeiro a setembro, os empréstimos diretos tiveram renovação de 60%, ante 224% em igual período de 2008.
O investimento estrangeiro em ações brasileiras somou US$ 3,987 bilhões em setembro. Desse valor, as ações negociados no País atraíram quase a integralidade dos recursos, sendo responsáveis por US$ 3,981 bilhões. No acumulado dos nove primeiros meses deste ano, o ingresso de dólares para a compra desses ativos soma US$ 17,267 bilhões, sendo US$ 17,064 bilhões em ações negociados no Brasil.
O cenário é muito diferente do observado em 2008, quando em setembro, mês do agravamento da crise financeira internacional, o País perdeu US$ 1,877 bilhão em capital externo alocado em ações nacionais e que retornou aos países de origem. De janeiro a setembro do ano passado, o investimento estrangeiro em ações acumulava ingresso líquido de apenas US$ 1,168 bilhão.
O Banco Central também informou que os estrangeiros alocaram US$ 2,848 bilhões para a compra de títulos de renda fixa emitidos no Brasil no mês passado, sendo que US$ 2,872 bilhões em bônus negociados no Brasil. Isso indica que houve saída de capital estrangeiro de títulos brasileiros negociados no exterior. O mesmo aconteceu no acumulado de janeiro a setembro deste ano. No período, esses papéis atraíram US$ 5,426 bilhões, dos quais US$ 6,314 bilhões foram direcionados aos bônus negociados no País. Em setembro de 2008, o investimento estrangeiro em renda fixa foi responsável pelo ingresso de US$ 632 milhões e nos nove primeiros meses daquele ano, US$ 15,799 bilhões.
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