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Inflação

BC diz que agirá contra alta de alimentos

 | Antônio Cruz/Agência Brasil

Diante da piora significativa nas previsões de inflação para 2014, o Banco Central afirmou ontem que vai agir para conter os efeitos da alta recente dos alimentos sobre os índices de preços ao consumidor. Em audiência no Senado, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, disse que houve um "choque" nos preços desses produtos, entre outros motivos, por questões climáticas.

"Em princípio, trata-se de um choque temporário e que tende a se reverter nos próximos meses. Mesmo assim, a política monetária deve atuar de modo a garantir que os efeitos desse choque se circunscrevam ao curto prazo", disse Tombini. Ele afirmou também que parte do efeito do ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) sobre a inflação "ainda está por vir". Mesmo assim, a instituição continuará vigilante em relação ao IPCA (índice oficial de preço), segundo o presidente do BC, sinalizando que a instituição pode elevar os juros na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), daqui a duas semanas.

Desde abril do ano passado, os juros subiram de 7,25% para 10,75% ao ano. A previsão do mercado financeiro é que suba para 11% ao ano no próximo encontro do Copom. Apesar do aumento expressivo dos juros, a inflação continua subindo e se aproxima novamente de 6% no acumulado em 12 meses. E as previsões do mercado são de que termine o ano acima desse patamar.

Questionado por senadores da oposição a respeito de o índice de preços estar próximo de 6% desde 2010, Tombini afirmou que o Brasil não está condenado a ter uma inflação acima do centro de meta de 4,5%. Entre os fatores que vão ajudar na queda da inflação, segundo o BC, está a transição pela qual passa a economia brasileira.

Desde o ano passado, os investimentos têm dado contribuição mais relevante para o crescimento, enquanto o consumo das famílias avança em ritmo mais lento, na visão do governo.

Para o economista-chefe da corretora Gradual, André Perfeito, o discurso do presidente do BC tentou acalmar vários economistas que engrossaram o coro sobre a previsibilidade dos efeitos climáticos na inflação. Muitos analistas ressaltam que os choques por causa dos efeitos da natureza têm se repetido todo ano e isso tem de entrar na conta do BC na hora de combater os preços.

Vulnerabilidade

Além de defender que a inflação está sob controle e que o país cresce de modo saudável, o presidente do Banco Central usou sua apresentação para rebater o que ele chamou de "falsa tese de que as economias emergentes vivem um momento de vulnerabilidade e fragilidade". Para o governo brasileiro, a desvalorização da moeda brasileira em relação ao dólar não reflete os problemas econômicos do país, mas um ajuste "natural" diante da recuperação dos EUA. "Não há que se falar em fragilidade ou vulnerabilidade da economia brasileira", disse Tombini.

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