O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton Araújo, afirmou nesta terça-feira (18) que a instituição "não será complacente com a inflação" e, se for necessário, no momento certo, poderá "recalibrar sua ação de política monetária", para garantir um cenário benigno para a inflação nos próximos anos.
A afirmação foi feita durante a divulgação do Boletim Regional do BC.
Segundo o diretor, a inflação medida pelo IPCA tende a entrar em trajetória de queda para a meta de 4,5% somente em 2016. Nos 12 meses encerrados em outubro, está em 6,59%.
Entre os fatores para a alta da inflação, o diretor citou, por exemplo, os reajustes salariais acima da produtividade e os processos de correção de preços controlados pelo governo e de repasse do dólar para produtos nacionais.
Hamilton disse ainda que o BC vai se manter "especialmente vigilante", dado o elevado nível da inflação. Essa expressão é utilizada pela instituição durante processos de aumento de juros.
O diretor afirmou ainda que o BC já havia sinalizado que iria elevar os juros antes de anunciar a decisão do final de outubro, quando aumentou a taxa básica (Selic) de 11% para 11,25% ao ano três dias após as eleições.
"Antes da reunião de outubro, o Copom havia telegrafado, por assim dizer, que não estava confortável com a inflação e que não seria complacente. E também que agiria se necessário fosse, como o fez."