O Banco do Japão cortou sua taxa básica de juro nesta terça-feira e prometeu injetar mais capital na economia do país, uma medida que surpreendeu os mercados e que antecipa o Federal Reserve ao oferecer uma nova dose de estímulos econômicos.
Há meses o banco central vinha se esquivando de pedidos por medidas mais decisivas como aumentar a compra de bônus governamentais, concentrando-se em um programa de financiamento limitado.
Mas, frente a evidências cada vez maiores de que a força do iene está prejudicando a economia, o BC decidiu adotar o que seu presidente, Masaaki Shirakawa, descreveu como um "estímulo monetário abrangente".
A autoridade cortou a taxa básica de juros de 0,1 por cento para uma faixa entre zero e 0,1 por cento, restabelecendo a política de juro zero encerrada pelo BC em julho de 2006, e prometeu comprar 5 trilhões de ienes (60 bilhões de dólares) em ativos.
O BC afirmou que manterá essa taxa de juros até que haja estabilidade de preços, assumindo um compromisso do estilo do banco central norte-americano com a política afrouxada.
"As últimas medidas, individualmente, podem ser consideradas como não tendo um efeito grande, mas nós queremos maximizar o efeito ao implementar as medidas como um pacote", disse Shirakawa a jornalistas, acrescentando que as ações têm elementos tanto de incentivo ao crédito quanto de expansão da oferta de liquidez.
A compra de ativos se iguala ao tamanho dos estímulos adicionais sendo considerados pelo governo, que também vê as opções de estímulos econômicos acabarem em meio a uma dívida pública que é o dobro da economia de 5 trilhões de ienes.
Os ativos vão de bônus governamentais e títulos de curto prazo do governo a commercial paper e bônus corporativos.