O Banco Central (BC) elevou sua projeção oficial de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2010 de 5,8% para 7,3%, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje. No documento, os diretores do BC afirmam que "o crescimento vigoroso registrado pelo PIB no primeiro trimestre do ano evidencia a consolidação do atual ciclo de expansão da economia brasileira."
De acordo com o documento, "a acomodação observada em abril, na atividade industrial e nas vendas do comércio varejista, não constitui indicativo de alteração na tendência de crescimento, que deverá seguir sustentada pelas trajetórias favoráveis do mercado de trabalho e dos índices de confiança de empresários e consumidores, e pela intensificação das operações de crédito".
O relatório também destaca que a atividade interna continua evidenciando o dinamismo da demanda doméstica, "ressaltando-se o crescimento acentuado dos investimentos, consistente com o patamar elevado da confiança do empresariado e com o cenário de aumento do nível de utilização da capacidade instalada". Neste trecho do relatório, os diretores do BC destacam que o consumo das famílias continua sendo "impulsionado pelo nível elevado da confiança dos consumidores, pelos aumentos recorrentes da massa salarial e pela melhora nas condições do mercado de crédito".
Por fim, o BC cita que o setor externo continua contribuindo negativamente para o crescimento do PIB. Esse comportamento é explicado, de acordo com a autoridade monetária, pela diferença entre a atividade nas economias brasileira e mundial e seu efeito negativo sobre a balança comercial.
Inflação
O BC também elevou, mais uma vez, a projeção oficial para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010. No relatório, a estimativa no cenário de referência para o índice oficial de inflação neste ano subiu de 5,2% para 5,4%. Com o ajuste, o número previsto pela diretoria do BC se afasta ainda mais do centro da meta de inflação para 2010, de 4,50%.
No cenário de referência, as estimativas para a inflação são feitas com a manutenção do dólar em R$ 1,80 e a Selic (a taxa básica de juros da economia) de 10,25% ao ano, em todo o período das estimativas. No mesmo cenário, a estimativa para a inflação em 2011 subiu de 4,9% para 5%.
As estimativas de inflação subiram em praticamente todos os trimestres à frente no cenário de referência, de acordo com o Relatório Trimestral de Inflação. Nos 12 meses encerrados no segundo trimestre de 2010, a estimativa de aumento do IPCA avançou de 4,9% para 5%. Até o fim do terceiro trimestre de 2010 a previsão passou de 5% para 5,1%.