Gastos de turistas no exterior batem recorde para o bimestre
Os turistas brasileiros aproveitaram a queda do dólar para gastar no exterior um total recorde no primeiro bimestre do ano. Dados do Banco Central mostram que esses gastos somaram US$ 3,74 bilhões em janeiro e fevereiro, contra US$ 3,1 bilhões no mesmo período de 2011.
Só em fevereiro, os gastos dos brasileiros foram de US$ 1,74 bilhão crescimento de 31% em relação ao mesmo mês do ano passado. Para o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, essa diferença se deve ao fato de no ano passado o carnaval quando os brasileiros viajam mais ter sido em março e, neste ano, ter caído em fevereiro. Por isso, a previsão é de que em março não haja crescimento expressivo na comparação anual.
As despesas dos estrangeiros no Brasil foram de US$ 1,2 bilhão no bimestre e de US$ 617 milhões em fevereiro. No ano passado, esses gastos foram de US$ 1,1 bilhão e US$ 572 milhões, respectivamente.
O Banco Central aumentou sua estimativa para o déficit nas chamadas transações correntes do Brasil com o exterior, conta que inclui exportações e importações, viagens internacionais, transferências de renda por pessoas físicas e envio de lucros por empresas, entre outras operações.
A previsão agora é de que o resultado seja deficitário em US$ 68 bilhões isso significa que, nessa conta, o Brasil deixou no exterior mais dólares que o montante que entrou no país. A estimativa anterior era de um déficit de US$ 65 bilhões, valor que já seria um recorde anual.
Para o Banco Central, a balança comercial, que computa exportações e importações, será superavitária, mas terá um saldo menor que o esperado anteriormente. A previsão de superávit agora é de US$ 21 bilhões, contra US$ 23 bilhões antes. Além disso, a conta de serviços deverá alcançar um resultado negativo de US$ 42,1 bilhões, contra US$ 39,5 bilhões. Nessa conta entram as viagens internacionais e serviços como transportes e aluguel de equipamentos.
O BC espera que os brasileiros invistam menos em bolsa e no setor produtivo no exterior: US$ 20,7 bilhões, contra US$ 25,6 bilhões da previsão anterior. Para os investimentos de estrangeiros no país, a previsão é praticamente a mesma, de US$ 69,4 bilhões (era de US$ 69,2 bilhões).
Fevereiro
A conta de transações correntes do Brasil registrou em fevereiro déficit de US$ 1,766 bilhão, segundo dados divulgados ontem pelo BC. A maior contribuição do déficit na conta de transações correntes no mês passado veio da conta de serviços, que terminou o mês com déficit de US$ 2,769 bilhões. Esse saldo negativo foi parcialmente compensado pelo superávit na balança comercial, responsável pelo ingresso de US$ 1,715 bilhão em fevereiro.
Já a conta de renda fechou o mês passado com saída líquida de US$ 875 milhões, e foram registrados ainda US$ 163 milhões em ingresso de transferências unilaterais correntes. No acumulado do primeiro bimestre de 2012, a conta corrente brasileira registra saldo negativo de US$ 8,852 bilhões. No acumulado em 12 meses até fevereiro, o déficit alcança US$ 52,371 bilhões ou 2,09% do Produto Interno Bruto (PIB).
Investimento estrangeiro
O chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC, Tulio Maciel, disse ontem que o déficit em transações correntes segue sendo financiado "em condições favoráveis" por um fluxo de Investimento Estrangeiro Direto (IED), que se mantém com volumes expressivos.
Em março, até o dia 21, entraram mais US$ 3,1 bilhões em IED. A previsão é fechar o mês com ingresso de US$ 4 bilhões em recursos produtivos vindos do exterior. Com isso, o resultado do primeiro trimestre ficará positivo em torno de US$ 13 bilhões, abaixo dos cerca de US$ 16 bilhões do mesmo período do ano passado, mas ainda assim "um fluxo bastante expressivo", na opinião de Maciel.
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