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POLÍTICA MONETÁRIA

BC fará o necessário para inflação ir ao centro da meta em 2017, diz diretor

“O BC não jogou a toalha nunca. O BC tem agido”, afirmou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes | Marcelo Camargo/ABr
“O BC não jogou a toalha nunca. O BC tem agido”, afirmou o diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, reafirmou nesta quinta-feira (5) que o Comitê de Política Monetária (Copom) só conseguirá colocar a inflação na meta de 4,5% em 2017. Neste ano, o Índice de Preços ao Consumir Amplo (IPCA) deve ficar próximo a 10%.

No entanto, por causa da recessão econômica e indefinição do quadro fiscal, o BC resolveu não aumentar mais os juros e deixou para daqui dois anos o cumprimento da sua tarefa. Tentará levar a inflação para perto da meta em 2016 e alcançar o objetivo no ano seguinte. Para o diretor, isso não significa que o Banco Central jogou a toalha.

“O Banco Central afirma que adotará as medidas necessárias para o cumprimento do regime de metas e para trazer a inflação à meta de 4,5% em 2017”, afirmou Altamir Lopes, em sua primeira entrevista coletiva no cargo.

“O BC não jogou a toalha nunca. O BC tem agido. Esse ciclo de alta é um dos mais fortes da História. Em 2016, o BC vai trabalhar para trazer a inflação para mais perto da meta. E em 2017, o BC trará a inflação para a meta”, completou.

O diretor culpou “eventos que não estavam no radar” como os eventos não econômicos e um ajuste de preços relativos mais prolongados e mais intenso para o não cumprimento da meta neste ano e no ano que vem: “O Banco Central entendeu como mais razoável jogar para 2017.”

Aumento da taxa

Ele reforçou que a estratégia é manter os juros estáveis em 14,25% ao ano. No entanto, não descartou a possibilidade de aumentar a taxa básica. E ainda frisou que não pode se preocupar tanto com a recessão.

“Deixar os juros estáveis por um período suficientemente prolongado cumpre o papel de trazer para a meta. O BC tem instrumentos. Nosso mandato é cumprir a meta de inflação”, reforçou.

Altamir Lopes rebateu as críticas de que o BC teria sido permissivo com a inflação. Lembrou que o Copom fez um ajuste de 7,5 pontos porcentuais na taxa básica de juros (Selic). No entanto, isso não foi capaz de segurar os preços. O problema, segundo ele, é que as tarifas públicas tiveram um “crescimento exponencial”.

Além disso, o diretor deixou claro que a indefinição da política fiscal tem um enorme peso na decisão de deixar o cumprimento da meta para 2017. “A indefinição da meta traz perturbações. Dizer que foi tímido com 750 bases points de alta é... O número fala por si. O BC age com o cenário que se apresenta”, concluiu.

Regiões

Na apresentação do relatório regional, o BC as razões de preços tão resistentes, as causas da recessão e o porquê de a crise ser mais grave no Sudeste. A região concentra a maior parte da indústria, o setor que mais sofre com a crise econômica.

Nas contas do BC, a queda da atividade econômica no Sudeste foi de 1,5% em 2015 (dado até agosto). Em segundo lugar, a região mais castigada pela crise é a Norte, com retração de 1,2%, segundo o Índice de Atividade Econômica da autarquia, o IBC-Br.

Com queda de 0,7%, o Nordeste é a terceira região com maior recessão. O Sul teve uma queda de 0,2% no período.

“Embora haja nuance nas regiões do país, há uma convergência da retração econômica”, disse o chefe-adjunto do departamento econômico do BC, Fernando Rocha, ao explicar que a recessão será generalizada.

Apenas o Centro-Oeste ficou estável. A atividade é mantida por causa da agricultura. Isso também faz com que a região seja a que tenha a maior balança comercial. No entanto, como houve queda nos preços das commodities de um ano para cá, é a única região que teve queda no saldo comercial. Todas as outras engordaram as exportações na esteira da alta do dólar.

Segundo o Banco Central, a região mais castigada pela inflação neste ano é o Sul. Nos últimos 12 meses terminados em setembro, os sulistas pagaram preços 10,8% mais salgados. Isso porque as tarifas públicas por lá aumentaram nada menos que 18,48%.

A região Norte é onde a inflação bateu com menor força. Nesse período, os preços subiram 8,13%.

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