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As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio favoreceram a leve alta do dólar frente ao real nesta quarta-feira, em meio ao ambiente avesso a risco no exterior devido às tensões na Líbia, que provocaram queda do dólar frente a diversas moedas.

A cotação avançou 0,12 por cento, a 1,675 real na venda. Pouco antes do fechamento das operações locais, o volume de negócios somava mais de 3,8 bilhões de dólares, de acordo com dados registrados na clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa.

"O principal motivo para essa alta do dólar foram as atuações do BC no mercado. Os quatro leilões realizados só hoje de fato conseguiram mexer na cotação", comentou Rodrigo Nassar, operador da Vetorial Asset.

"O dólar estava dividido entre a queda das bolsas de valores e a alta do euro, por isso a estabilidade em parte do dia. Mas aí veio o BC e comprou, exercendo pressão de alta sobre a taxa de câmbio."

Nesta sessão, a autoridade monetária realizou dois leilões de aquisição de divisa estrangeira no mercado a termo e outras duas operações de compra de dólares no segmento à vista.

Mais cedo, o Banco Central informou a incorporação às reservas internacionais de 6,583 bilhões de dólares por meio de leilões no mercado à vista neste mês com liquidação até dia 21 e de 362 milhões de dólares nas operações a termo com liquidação até 18.

A artilharia do BC, que também tem incluído leilões de swap cambial reverso, encaixa-se na estratégia do governo de frear a valorização do real e proteger os exportadores.

Mario Battistel, gerente de câmbio da Fair Corretora, avalia que a intenção do BC está longe de estimular uma valorização acentuada do dólar, uma vez que tal movimento poderia atuar contra os esforços do governo para barrar a inflação.

"O governo está vendo que a inflação está descolada, e um dólar mais forte faria mais pressão sobre os preços. Também o governo não pode estimular a queda do dólar porque isso prejudicaria os exportadores. Resultado: o dólar fica oscilando nesse intervalo, sem muita volatilidade."

Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) define o rumo do juro básico brasileiro, com a maioria do mercado projetando acréscimo de 0,5 ponto percentual sobre a Selic.

Mais cedo, a divisa norte-americana chegou a recuar 0,3 por cento. De acordo com operadores, o movimento refletiu a depreciação do dólar no cenário externo diante da busca por segurança por temores com relação a uma crise política na Líbia.

A apreensão beneficiava ativos considerados mais seguros, como o franco suíço. O euro e a libra esterlina também se apreciavam, reagindo a perspectivas de aumento de juro na Europa.

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