A intervenção do Banco Central fez o dólar recuar mais de 1% nesta terça-feira (27), voltando para abaixo do patamar de R$ 3,90 que havia atingido na véspera. A Bolsa brasileira avançou 2,74%, na contramão do exterior.
O BC colocou US$ 2 bilhões em leilões de linha - venda com compromisso de recompra - para aliviar a pressão de alta da moeda neste final de ano. O dólar costuma subir no período porque multinacionais com atuação no Brasil enviam recursos para as matrizes no exterior.
"É de amplo conhecimento a tendência do BC em realizar leilões de linha no fim do ano, quando empresas costumam remeter recursos ao exterior... De todo modo, não dá para negar uma 'relação' entre o movimento de ontem no câmbio e o anúncio do BC", escreveu a corretora H.Commcor em relatório.
A ação do BC fez o dólar cair 1,07%, a R$ 3,876. De uma cesta de 24 divisas emergentes, o real foi a que mais ganhou força sobre a moeda americana -16 delas se desvalorizaram.
O dia foi negativo no exterior, reflexo de nova ameaça do presidente americano Donald Trump sobre as tarifas de importação sobre todos os produtos chineses às vésperas de encontro durante o G20, que começa nesta sexta na Argentina.
"Essa é a técnica negocial de Trump, de pressionar próximo de encontros", lembrou Alvaro Bandeira, economista-chefe da Modalmais.
A guerra comercial entre os dois países agravou o ambiente de aversão a risco, com investidores temendo a desaceleração da economia global.
Apesar do dia negativo, no exterior, com queda nas Bolsas europeias e ganhos comedidos em Nova York, o Ibovespa disparou mais de 2%. O principal índice acionário do país terminou o pregão a 87.891 pontos, recuperando parte das perdas recentes.
O índice, no entanto, segue dentro do intervalo recente, no qual se consolidou em novembro, após a eleição de Jair Bolsonaro.
A Bolsa brasileira foi alavancada pelas ações da Petrobras, que subiram mais de 5%. O mercado cultiva a expectativa de votação de projeto de cessão onerosa no Senado.
O setor bancário, que puxou a baixa na véspera, se recuperou, com altas expressivas nos papéis.
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