O fim da escalada dos juros dos Estados Unidos, se confirmado nas próximas reuniões do Fed, deve trazer mais efeitos positivos do que negativos para a economia brasileira. O mais importante deles é que o Banco Central terá maior folga para cortar a taxa básica de juros brasileira, hoje em 14,75% ao ano. Isso ocorre porque a autoridade monetária observa a diferença entre a Selic e a taxa americana para evitar que investidores troquem aplicações no Brasil por outras nos EUA. "O BC poderá ser mais arrojado no corte da Selic", diz Thaís Mazzola Zara, economista-chefe da consultoria Rosenberg & Associados. "O mercado vinha apostando em uma queda de 0,25 ponto na próxima reunião do Copom, mas a decisão do Fed faz aumentar as chances de redução de 0,5 ponto. O maior risco agora está no preço do petróleo, que pode pressionar os custos de energia."
Outro aspecto que pode ser positivo para o Brasil é a tendência de menor desaquecimento na economia americana para a contenção da inflação. Juros mais altos significam atividade econômica mais lenta. "O Fed pode ter entendido que não será necessária uma retração mais forte na demanda para conter os preços", analisa o economista Marcelo Curado, professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR). "Se isso se confirmar, o crecimento americano vai continuar puxando as economias de outros países, inclusive a brasileira." Nesse cenário, sairiam ganhando principalmente os exportadores que vendem ao mercado americano.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast