O dólar fechou em alta nesta segunda-feira (20), com os investidores cautelosos sobre o resultado do primeiro leilão de reservas do Banco Central (BC) voltado para as operações de comércio exterior, que terminou após o fechamento do mercado cambial. Como resultado, a moeda americana teve alta de 0,23%, aos R$ 2,125.
O bom humor da Bolsa de Valores de São Paulo - que registra alta superior a 6% - não contaminou os mercados de câmbio. Segundo operadores, o baixo volume de negócios, menos de US$ 1 bilhão, distorceu as taxas. Em outubro, a média diária está em cerca de US$ 3 bilhões.
"Num mercado de pouca operação, qualquer coisinha de valor um pouco maior, acaba influenciando", disse Marcos Forgione, analista da Hencorp Commcor Corretora.
O mercado operou durante o dia com a expectativa do resultado do leilão compromissado das reservas que o Banco Central (BC) realizou para financiamento de operações de comércio exterior.
A transação, que envolve oferta de US$ 2 bilhões das reservas internacionais, tem prazo de seis meses. Segundo a autoridade monetária, os recursos terão de ser necessariamente repassados, em sua totalidade, às linhas de comércio exterior em até 10 dias úteis.
Atuação no mercado
Além do leilão para o comércio exterior, o BC realizou outras duas intervenções que ditaram o ritmo do mercado ao longo do dia. Nas primeiras horas do pregão, a moeda chegou a recuar quase 2%, com mais um leilão de "swap" cambial realizado pelo BC. A autoridade monetária vendeu US$ 789,2 milhões em contratos com ajuste periódico. O mercado aceitou todo o lote ofertado, com vencimento em 2 de janeiro de 2009.
Além disso, o BC também vendeu dólares das reservas. Como de costume, a autoridade monetária não informa qual o volume da venda de dólares. Confirmou apenas que as divisas foram vendidas à taxa de R$ 2,12.
Esse foi o sexto dia no qual o BC vendeu dólares das reservas internacionais brasileiras - operações que não eram realizadas desde fevereiro de 2003, no início do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Perda de reservas
As reservas internacionais brasileiras, que atingiram seu pico neste mês ao somarem mais de US$ 208 bilhões, continuam caindo com as operações de vendas de dólares ao mercado financeiro efetuadas pelo Banco Central.
Na última sexta-feira (17), segundo informou a autoridade monetária na tarde desta segunda (20), as reservas cambiais atingiram o patamar de US$ 202,44 bilhões, o que representa uma queda de US$ 1,49 bilhão em relação ao patamar do dia anterior (US$ 203,94 bilhões).