O Banco Central anunciou ontem novas mudanças nos depósitos compulsórios para destinar mais R$ 6,2 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esse dinheiro faz parte dos R$ 10 bilhões extras anunciados pelo governo no início do mês. O restante já chegou ao BNDES por meio da Caixa Econômica Federal, que irá emprestar o dinheiro para reforçar o capital de giro das empresas nesse momento de crise.
Segundo o BC, os bancos privados e públicos que aplicarem dinheiro em depósitos interbancários (CDIs) do BNDES poderão abater o valor investido do compulsório sobre depósitos a prazo a recolher. O compulsório é o dinheiro dos correntistas que os bancos são obrigados a manter depositados no BC.
O dinheiro destinado para o BNDES está dentro dos 70% dos depósitos compulsórios sobre depósitos à vista que hoje ficam parados no BC sem remuneração. Agora, haverá um incentivo para que os bancos usem esse dinheiro em troca de uma remuneração, paga pelo BNDES.
Segundo o BC, somente serão aceitos DIs com prazo de 6 a 18 meses. O valor de dedução é limitado a 70% do total do compulsório sobre depósitos a prazo a ser recolhido. Além disso, a instituição compradora pode destinar no máximo 20% do limite abatido para aquisição de operações de uma determinada instituição financeira.
Para aproveitarem o desconto, os bancos devem fazer essas operações com o BNDES até 31 de dezembro deste ano. "A medida complementa as ações do BC no sentido de melhorar a distribuição de recursos no Sistema Financeiro Nacional e as condições do mercado de crédito para pequenas e médias empresas", informou, em nota, o BC.
Medida provisória
O governo federal já prometeu editar uma medida provisória que permite o repasse de recursos captados pela União junto ao Banco Mundial para o BNDES. Serão mais R$ 5 bilhões para empréstimos a empresas, principalmente exportadores, a uma taxa de juros menor que a do mercado financeiro nacional.
A procura por crédito nesse momento de crise já levou o BNDES a alcançar o valor de R$ 86,6 bilhões em empréstimos nos últimos 12 meses até outubro. A expectativa é terminar o ano com R$ 90 bilhões.
As consultas de empresas para projetos cresceram 40% de agosto a outubro em relação ao mesmo período do ano passado.
A liberação de empréstimos para exportação cresceu 44,5% nos dez primeiros meses do ano em relação ao mesmo período de 2007. Foram emprestados R$ 4,512 bilhões no período. O objetivo é chegar ao final do ano com um total de R$ 6 bilhões de financiamentos para as vendas ao exterior.
Somente em outubro, quando as linhas para exportação secaram por causa da crise internacional, os empréstimos para exportação foram 115% maiores que o registrado na média dos nove meses anteriores.
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